Memórias Perdidas
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Memórias Perdidas

Bem vindo à “Memória perdidas”, uma crônica-trama de fantasia medieval (d&d 5e) que envolverá intrigas e romances na corte.
 
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 No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive

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MensagemAssunto: No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive   No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive Icon_minitimeQua Abr 08, 2020 5:13 pm

Uma semana antes do Festival de Inverno após sua rotina na "Chamada do Aço" Angus cruza Pedra do Trovão que ainda está calma e apenas iniciando seus preparativos para o festival anual até o Jardim de Kelenvor para manter os ritos clericais em dia.

Ele sentia-se envergonhado, como de costume, mas nos últimos meses aprendera ao menos a sentir apreço em ensinar os jovens a arte do grande Artesão e Isthar, a jovem, bela e soturna clériga, se aprazia do luz que o anão e sua turma de jovens trazia para o cemitério naquelas horas iniciais da noite.

Os dois criaram uma amizade sóbria e compartilharam conhecimentos sobre as divindades aprendendo um com o outro, e com o tempo Angus sentiu-se tentado a se abrir com ela, e vez ou outra, contava animado sobre seu passado e vez ou outra, sentira os olhos lacrimejarem ao lembrar de sua família, mesmo que nunca houvesse derramado uma lágrima na frente dela.

Isthar era uma meia elfa, talvez tivesse proxima a idade dele, mas diferente do vigor do forjador ela parecia um cristal, os jeitos graciosos e a maneira como seus cabelos prateados refletiam o luar faziam com que a dupla formasse uma visão estranha ao olhar de quem os visse juntos, apesar disso, o humor de Isthar se assemelhava ao de Angus, era ela séria, e de poucas palavras, mais ouvia do que se expressava, e mantinha uma rotina severa de cuidados no cemitério, mas era cuidadosa e doce com quem precisava de seus serviços.


Naquela noite, Angus havia terminado a aula e estava terminando de arrumar suas coisas, quando ouve às suas gostas uma voz agitada.

- É um verdadeiro espetáculo assistir um artista como você ensinar o maior dos artesanatos! Moradin deve estar orgulhoso !

A sotaque do gnomo era inconfundível, o anão sabia de quem se tratava, conhecia o mercador de itens mágicos já há algum tempo, e vez ou outra consertara alguns dos produtos que ele levava a sua forja, o que o deixou intrigado, pq não havia procura na Chamado do Aço e sim no cemitério?
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MensagemAssunto: Re: No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive   No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive Icon_minitimeQua Abr 08, 2020 5:30 pm

Com os antebraços densos e volumosos, entrelaçados sobre o avental de couro marrom escuro, sujo de fuligem e café, encostado nas paredes enquanto vê uma série de humanos transitam de um lado para o outro. Para ferreiros normais seriam um caos. Que Moradin tenha pena da alma desses mortais...
O Semblante pesado se fecha assim que a voz incômoda de um gnomo atravessa a harmonia da bela sinfônia de martelo e aço quente. As sobrancelhas, grisalhas e espetadas se juntam, Olhos verdes se estreitam, fitando sobre os ombros  tensos do velho anão. Lá está o responsável em tentar organizar a bagunça.
 É irônico demais e difícil não conter uma risada tendo que ouvir um gnomo falar que estas porcarias que eles fazem são boas. Bons tempos eram aqueles. . . Agora são humanos que mal são capazes de um machado de execução.

Não resta muito exceto respirar fundo e dizer o que querem ouvir. Comerciantes Sua voz rouca rasga por trás do volumoso bigode esbranquiçado pela idade e manchado, por pontas escuras nos limites.

- Eles tem mostrado algum progresso. Quem sabe ficão ficar melhor do que um Duergar, pelo menos.

O silêncio sepulcral que reinou na forja é gritante e perturbador. Será que o Pai dos Martelos, o Grande Artesão está descontente com os serviços da minha tenda?!

Tenho muito o que fazer...

Com apenas um sinal, o erguer de uma mão pesada, os alunos voltam aos seus postos e respectivos trabalhos após uma expressão grupal de susto.

- O que você deseja de mim, gnomo?! Não é do seu feitio me elogiar de graça.


Última edição por Angus Einsenhardt em Sáb Abr 11, 2020 1:58 am, editado 2 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive   No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive Icon_minitimeQui Abr 09, 2020 2:30 pm

O gnomo comia tranquilamente uma maçã enquanto acariciava a própria barriga rechonchuda e fala entre as mastigadas.

- Negócios. Você ganha, eu ganho, a cidade ganha, pode ser uma chance de teus alunos começarem a praticar de maneira mais real e terem algum retorno.


Oro Bar MãosBrilhantes era um mago de poder mediano, mas muito mais astuto como mercador. O festival era sempre a hora de revender peças, fazer negócios lucrativos e aproveitar oportunidades, mas não era de todo ruim, ele sempre ajudava a população com o lucro de seus negócios, a proposta feita por Oro parecia fazer jus ao tipo de atitude que costumava empregar. E além de tudo, ele sabia da qualidade de Angus, uma parceria era vantajosa para ele.

- Tenho muitas encomendas, e como escudos são sua especialidade acho que é a melhor pessoa com quem eu possa trabalhar no momento, já que muitas delas são desses itens.

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MensagemAssunto: Re: No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive   No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive Icon_minitimeSáb Abr 11, 2020 2:23 am

Era óbvio que tinha algo. Por Moradin! Por que mais ele viria até mim?

- Atenção, todos! Continuem o que estão fazendo. Volto antes de acabarem as atividades! Estarei na entrada caso precisem de algo. Não explodam nada desta vez!

 Desamarro o avental ao som de alunos engolindo a seco, penduro próximo da entrada onde posso sentir o sorriso do comerciante, ajusto meu martelo de trabalho em meu cinto e encaro o gnomo.
Oro Bar pode ser um cara pequeno, mas é bom ver gnomos terem destaque. Me surpreende que um deles tenha um renome, já que é uma raça que vive tanto e não se conquista nada. Quando foi a última vez que já se ouviu falar de um Império de Gnomos poderosos?

- Me acompanhe até a entrada, gnomo. -  Digo ao comerciante - Meu alunos não precisam saber de negócios.

A passos pesados, esfrego a espessa barba que está começando a nascer novamente em meu queixo quadrado. Preciso fazer novamente...
Assim que Oro Bar se vira para expressar qualquer palavra, eu o interrompo.

- Vamos direto ao que importa. Sabe que tenho a exigência de sempre. Não tenho feito nada além de remendar armaduras velhas de segunda mão. Quem encomendou escudos de um anão, Oro Bar?

Com as costas pesadas, com o suór escorrendo, marcando o que deveria ser uma camisa branca velha, tocando um dos cantos da entrada, encaro o gnomo. Talvez ele já tenha percebido que estou com saudade dos tempos antigos, que meu martelo de forja tem fome de brasas.
Enquanto me pego com pensamentos nostalgicos, girando nervosamente o martelo em minha mão, sinto o canto do meu bigode levantar. Isso... Isso foi um sorriso?!

Espero que ele não tenha reparado...
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MensagemAssunto: Re: No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive   No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive Icon_minitimeSáb Abr 11, 2020 10:38 pm

Continuando a comer a maçã sem pressa ele segue o anão olhando pra paisagem gélida e mórbida.

- A maioria é para os dragões púrpuras locais, ou ao menos pra ficar em seus estoques, já que os que estão na cidade, você sabe, não tem feito muita coisa. Mas existe um pedido de um comprador desconhecido, e ... confesso, apesar de eu já estar pensando em contactar você, o pedido veio com uma condicionante. Que fosse você o responsável pela forja.
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MensagemAssunto: Re: No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive   No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive Icon_minitimeSáb Abr 11, 2020 11:02 pm

Conter a risada rouca foi tão difícil quanto ensinar para os meus alunos o básico. Eu tenho que dar mérito a ele.

- Por que isso não me surpreende... Que "pedido especial", gnomo?
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MensagemAssunto: Re: No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive   No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive Icon_minitimeDom Abr 12, 2020 1:16 am

- O pedido é simples, a condicionante que me surpreendeu. És tão famoso assim mestre Einsenhardt?

O gnomo joga o resto da maçã por entre a vegetação e retira de um dos pequenos bolsos um pergaminho que não deveria caber ali e te entrega.

" Ao ilustre Mestre Oro Bar

A encomenda de três escudos grandes de metal, feitos de adamante e tiras de Mitral, com três espaços para incrustar gemas pequenas de 5x5 cm, conforme desenho abaixo.

Demais acabamentos que sejam providenciados à gosto de mestre Angus Einsenhardt, o único a quem autorizo a feitura desse pedido.

Eldir Olotári"
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MensagemAssunto: Re: No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive   No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive Icon_minitimeDom Abr 12, 2020 3:16 am

As minhas mãos tremulam por uma pequena fração de segundos. O nome Einsenhardt não é a mesma coisa faz algumas boas décadas...

Que sensação de prazer única... Eu sentia falta disso.
Num piscar de olhos, todas as etapas do processo passam em minha mente... Rascunhos em papiros, com cálculos necessários, medidas e detalhes minuciosos, ferramentas próprias e delegadas para serem usadas pras atividades por vir, como moldar, resfriar em tipos de óleos específicos que não rachem, nem deforme de um jeito.

Fecho o pergaminho e me viro para os alunos. Aquela bagunça... Finalmente um pouco de emoção.
Viro novamente para o comerciante.

Tenho muito o que fazer.

- Vai ter a qualidade digna de um anão. - Digo ao gnomo. - Quantos dias, gnomo? Em quantos dias isso precisa estar pronto?
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MensagemAssunto: Re: No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive   No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive Icon_minitimeDom Abr 12, 2020 11:28 am

- Na noite do primeiro dia de festival, terá acesso a minha loja para pegar os materiais necessários, e nós dois deveremos incutir alguns detalhes a mais no final dessa obra.

É claro que aquele escudo deveria ser mágico, de fato Angus estava participando de um projeto para alguém importante. Mas quem seria? Quem teria condicionado aquela tarefa apenas a ele?

No alto dos picos, na noite estrelada, três trovões soam forte.
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MensagemAssunto: Re: No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive   No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive Icon_minitimeDom Abr 12, 2020 8:18 pm

Isso é incomum...
Essa sensação novamente. Era como se todos os sons dissipassem. As conversas paralelas, o tilintar ddo aço, o óleo resfriando o brilho alaranjado dos metais. O afiar das foices de fazendeiros locais. O polir dos baldes e ferramentas dos artesãos.
São essas luzes rasgando o céu... O estrondo ecoando de longe...

Finalmente... O Chamado! Moradin ascendeu sua fornalha!

Percebi que estive rindo enquanto encarava os céus.
Ficou evidente que estava chamando atenção graças ao semblante curioso do comerciante nanico e pelos sussurros e fofocas dos meus alunos.
Removo o martelo do cinto. Giro ele na palma calejada de minhas mãos e sinto novamente o peso, o equilíbrio... Pronto para os trabalhos por vir, como nos velhos tempos.

- Hah! Eu farei esse escudo e farei ele digno de sangue anão. - Digo a Oro Bar.

Eldir Olotári... O que há de tão especial em neste ser que o trouxe até minha vida. Que fez Moradin acender a Forja das Eras?

- Antes de mais nada, quem diabos é Eldir, Oro Bar? Quem é esse cara pensa que é pra pedir algo assim? Não sabe que eu trabalho muito?!

Eu posso ser ríspido, mas Oro Bar sabe das minhas condições...

Muitos anos atrás eu já fui um Einsenhardt. Um forjador de relíquias, armas empunhadas por heróis, armaduras portadas por lendas e mitos.
Fui... As coisas não são as mesmas faz quase cinco décadas. As condições continuam as mesmas, por mais que eu seja o único a saber das razões. Seja quem este miserável for...
Hah! Ele deve ser um grandissíssimo sortudo filho da mãe.

Sem tempo à perder!!

Caminhando voltando pra forja, olho para trás. O chamado é gritante, porém eu preciso tirar essa dúvida agonizante.

- Diga, gnomo. - indago o comerciante. - Está tão estampado assim na minha cara que estou com saudades dos tempos antigos? Seja honesto, seu miseravelzinho. Sem truques desta vez!
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MensagemAssunto: Re: No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive   No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive Icon_minitimeSeg Abr 13, 2020 11:50 am

- Não o conheço, o pagamento inclusive já foi feito por um mensageiro.

Três algibeiras cheias de peça de platina são retiradas de mais um bolso que não deveria caber tudo aquilo e Oro bar entrega a ele, por fim ele procura por um tempo e retira mais uma moeda, com a mesma insígnia desenhada no escudo.

- O mensageiro disse que deveria ser entregue a ti, cuidado. Espero que tenha sido você o ofendido e injustiçado e não o contrário. Seria uma pena perder esse martelo para o Poeta.

A fala tem um tom jocoso e provocador, mas sabe que no fundo, a preocupação é verdadeira. Oro Bar era um comerciante sagaz, mas quase sempre ético no que fazia.

La dentro da forja, os alunos se preparavam para terminar a aula, o avançar da lua no céu denunciava o fim dos trabalhos. O gnomo se despede e humano por humano vai fazendo o mesmo , deixando o anão só.
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MensagemAssunto: Re: No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive   No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive Icon_minitimeQua Abr 15, 2020 11:57 pm

De um em um, assisto meus alunos da forma que dá. São desastrados e por isso, não os culpo por me fazerem usar dádivas do Grande Artesão, como consertar quando trincam algum trabalho por resfriar ou utilizar incorretamente.

Em instantes, percebo que o silêncio que reina na forja é sepulcral. Hah! É até irônico, afinal estou num cemitério.

_Für Moradin_, O Chamado aconteceu... Está na hora.

Com as mãos estáveis na medida do que posso, vou até um balde cheio e na água que ali encontro, vejo meu reflexo:
Um semblante esperado de um anão bicentenário. Estressado, sujo, suado, carrancudo e marrento, como todo anão que conheci na minha idade. Queixo quadrado com mandíbulas que parecem estar com a mordida forçada durante eternidades, nariz grande e quadrático. "Parece uma batata estranha"... Ao menos é o que uma vez me disseram.
A barba... O orgulho de um anão, a mesma que eu não deixo crescer há quase cinco décadas já cobre superficialmente meu rosto. Nada destaca além do volumoso bigode que seria totalmente branco como neve se não fosse pelo escurecido nas estremidades, por queimado, fuligem ou café... Muito provavelmente não foi café, verdade seja dita.

É Angus... - Digo a mim mesmo, tendo a voz rouca e nem tão grave quanto eu gostaria ecoar pela sala enquanto tenho apenas Moradin como testemunha - Creio que chegou a hora de mudanças. Cachorro velho e truques novos.

É questão de instantes enquanto pego uma faca, afio até ficar perfeita para o trabalho.
A lâmina passa com certa delicadeza na minha pele, embora sei que a textura é ríspida e os pelos são como fios de cobre. O aço afiado desliza sob minha bocheca, queixo e pescoço. Fios pálidos caem sobre o chão duro como estranhos flocos de neve. Em instantes, nada restava... Nem mesmo o bigode.

Enquanto apanho os fios e os agrego em minhas mãos calejadas e musculosas, caminho até a fornalha densa enquanto faço a mais preciosa das preces: Dankbarkeit, a gratidão.

- Moradin, O grande Artesão, mestre dos ferreiros. Te agradeço hoje por me forjar.
Sei que está contente com os trabalhos que fiz, porém não são excelentes como os seus.
De seus cabelos, achamos o cobre. De sua pele, o ouro. De seus sangue, o ferro, mas foi de seus sonhos e ambições que tivemos Mithril.
Rogai por mim, Pai de todos.
Eu sou Angus Einsenhardt e meu coração de aço ainda bate.

Com a mão aberta sobre a fornalha, os fios recém aparados queimam antes de tocar o fundo escaldante.
Me sinto... Limpo. É bom estar de volta.
Chacoalho o rosto e com uma toalha úmida, limpo o que restou.

- Heheh, finalmente. - Digo a mim mesmo. Vamos de volta aos trabalhos!

Caminhando confiante até a mesa de trabalho, a caneta desliza sobre o papel enquanto a tinta dança. É belo e poético, como deve ser.
Não sei quanto tempo passei fazendo todos os cálculos e medidas sentado naquele banco de madeira, porém a alvorada anuncia que outro dia chega.
Nada temo. A minha fornalha não se apagou.
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MensagemAssunto: Re: No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive   No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive Icon_minitimeQui Abr 16, 2020 10:49 pm

Com a sala vazia, Angus imerge num rito particular de passagem à um novo ciclo de sua vida, era hora de voltar a fazer o aço cantar em honra aos deuses, em honra a Moradin!

Para alguns, a barba de um anão era sinal de respeito, honra e status. Angus esta nu de tudo isso, há décadas havia desafiado seu clã, tinha perdido seu status, não respeitava mais seu patriarca e por isso não havia honra em si, era um pária.

Com o rosto nu, e as mãos cheias de pêlos sujos, Angus apesar de toda nova emoção que surgia ao seu redor, sente uma angústia nunca antes experimentada, seu corpo queimava e sua alma parecia afundar-se em si mesma. Um buraco infinito de onde nunca poderia escapar, o coração apertou, o ar faltou.

Em um dos ataques involuntários de seus fortes braços a inimigos invisíveis na tentativa de puxar o ar para dentro dos pulmões, os fiapos da barba voaram em direção a fornalha, mas não queimaram.

A sua frente, sua barba brilhava à intensa luz alaranjada da brasa enquanto pairava no ar, como se fossem fagulhas saídas a cada nova martelada durante o trabalho de transformar aço em arte.

Sem aviso, um vento forte começou a soprar na sala, forte como uma tempestade, mas os fiapos da barba continuavam ali, como se nada os afligissem, à despeito deles, tudo na sala voava e batia nas paredes, vidros se quebravam, objetos se partiam, e o anão era arrastado no meio do que parecia um furacão.

E mais uma vez na noite os três trovões soaram, mas não nas longínquas montanhas e sim dentro daquela cripta. Em consonância à fúria daquela manifestação e ao mesmo tempo o velho e angustiado anão vê um martelo dourado surgir e bater triplamente contra a bigorna, acompanhando o ritmo do barulho ensurdecedor, como se algum bardo dos deuses tocasse aquela música assustadora.

Tudo para, tudo cessa, não há mais martelo em movimento, não há mais barulho algum, mas os fiapos da barba ficaram ali, parados em pleno ar.

Angus sente o corpo doer, o sangue escorrer em filetes, resultados das feridas causadas por objetos que chocaram-se contra ele, mas se levanta e assim que o faz, os fiapos , atraídos como se por um imã, colam-se ao seu rosto e novamente o corpo queima, o rosto formiga e ele se sente tocado por uma energia divina que nem mesmo quando havia sido ordenado sacerdote havia sentido, e ela o envolve por longos e intermináveis minutos até que paulatinamente começa a tornar-se aprazível, não mais o calor angustiante e doloroso como se estivesse sendo açoitado com armas flamejantes, agora, a sensação era de estar em meia a uma noite fria em frente a lareira com sua esposa e filhos, abraçados e cantando juntos, caçoando um do outro e esperando o inverno terminar.

Angus era um novo anão, ele tinha sua barba majestosa de volta ao rosto, e em algum momento, ele sabia de sua nova missão: Retornar para reivindicar o clã Einsenhardt !

Como um soco no estômago, retirando-o do transe e causando um bruta susto, ouve o tilintar de uma moeda tamborilando na bigorna a sua frente, as faces invertidas balançavam até parar, a moeda de Hoar!


Ela havia sido arremessada por alguém atrás de ti.
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MensagemAssunto: Re: No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive   No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive Icon_minitimeSáb Abr 18, 2020 12:14 am

FÜR MORADIN!!
O que está acontecendo? O que foi isso? Mas o que??

O ar some dos pulmões pesados. O sangue pulsa quente nas minhas veias... Que susto maldito!

Caído no chão, derrubado subitamente do banco ao se desequilibrar. O chão é duro, porém não tão denso quanto minha fé!

Com o meu martelo alguns centímetros de mim, empunho com fúria suficiente para arder mil elfos! Que a dádiva da minha barba seja honrada!!

Por Muradin! Diga quem é antes que eu te parta como uma tábua!! - Brado, raivosamente. Maldito seja!

A barba voluptuosa, pálida como se fossem fios de platina, chacoalha sob meu torso enquanto me levanto rapidamente e rosnava como um texugo raivoso.
O martelo sob a pressão de minhas falanges tensionadas.
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MensagemAssunto: Re: No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive   No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive Icon_minitimeSáb Abr 18, 2020 2:07 am

Quando se vira, a visão que tens o assombra.

Na porta havia uma figura não muito alta, envolta em uma capa-capuz pesada que escondia-lhe a face e os traços, com olhos púrpuras que brilhavam a luz da forja, a única coisa visível no rosto escondido da figura. O anão experiente e velho de guerra, percebe que no momento que ameaçara seu invasor, o mesmo leva as mãos ao cabo de uma espada longa que trazia a cintura. Mas não é nada daquilo que o assustava, já havia sido ameaçado diversas vezes para se assustar com aquilo, mesmo naquela situação tão absurda pela qual acabara de experienciar.

Do ombro do invasor, um animal atemporal, vindo de outra eras, de um sonho vestal, tal qual as criaturas de outros planos, abre suas asas , lançando uma sombra gigantesca pela sala iluminada pelas chamas informes da forja e voa em sua direção. Alvo como as neves dos Picos do Trovão, um grande corvo ameça partir pra cima de Angus com as garras e bico afiado para cortar-lhe pele, carne e alma. Preparado para o ataque selvagem e de certo sobrenatural da ave , o martelo do anão treme nas mãos experientes, mas como se aquilo fosse apenas um contratempo, o corvo se desvia do anão, indo pousar em uma prateleira que não havia caído no meio do vendaval de minutos atrás.

Incomodado com os movimentos bruscos dos dois mortais, o animal buscou uma melhor posição para admirar aquela cena, e gralhando algo, ele reclama dos infortúnio causado por eles.

Da porta vem a voz melodiosa, mas em um tom sóbrio e assertivo.

- És feito de material tão intempestivo quanto as chamas que derretem teu metal, nobre Einsenhardt.
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MensagemAssunto: Re: No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive   No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive Icon_minitimeSáb Abr 18, 2020 2:05 pm


O brilho das labarejadas reluz no martelo em minhas palmas suadas... Droga, eu vou precisar de um martelo maior.

Vamos, Angus! Se lembre...

O Martelo de Guerra está do lado da minha mesa, junto do esfregão e a vassoura. Meu escudo não está tão distante, próximo do que estive trabalhando.

Encaixo meu Martelo no cinto enquanto corro da forma menos desajeitada possível. Com a mesma mão, passo as alças de couro escuro sobre o meu antebraço esquerdo.

Entro em formação de combate defensivo... Ao menos o que eu lembro depois de tantas décadas.
Com a mão direita, vou tateando em instante até reconhecer o cabo, o pomo, a guarda... Esse é o meu martelo.

Por Moradin! Diga o que quer intruso. - Brado contra o estranho encapuzado. Se revele antes que eu te achate como uma caneca de bronze!
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MensagemAssunto: Re: No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive   No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive Icon_minitimeSáb Abr 18, 2020 2:58 pm

Refeito o susto a criatura assume uma posição mais leve e com mão q estava no cabo da espada, ainda embainhada, ele somente aponta a bigorna, onde está a moeda.
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MensagemAssunto: Re: No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive   No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive Icon_minitimeSáb Abr 18, 2020 4:06 pm


É um truque? Deve ser um truque...
Sheiße

Relutante, sobre os meus ombros tensos, viro por um instante, vislumbrando a moeda acima da bigorna, enquanto ergo o escudo, como garantia caso ele queira bancar o engraçadinho.

A moeda de Hoar.

O que ele quer dizer com isso? Não é possível... Será?!

- V-você é Hoar? - Balbucio entre os fios pálidos no meu rosto pesado. Consigo sentir o tremor do martelo em minhas palmas trêmulas e instáveis, tentando na medida do possível não transparecer o choque, essa perturbação constante.



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MensagemAssunto: Re: No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive   No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive Icon_minitimeSáb Abr 18, 2020 7:26 pm

A criatura gargalha na porta, relaxando enfim.

- Não, meu nobre e respeitável senhor. E acredito que o Poeta nem tenha tanto apreço assim por mim, mas a injustiça não escolhe seu carrasco. Nenhuma traição, seja pelo reino, pela moeda ou pela forja é pequena ou grande demais para que Ele não preste atenção.

Angus ouve, mais uma vez, algo parecido com uma risada vindo de algum lugar, ao tentar perceber de onde aquilo tinha partido, só uma possibilidade, um tanto quanto absurda, o corvo pálido que mais parecia um busto adornando sua prateleira mais alta. No meio de todo caos, ele simplesmente estava ali, majestoso, contemplando vocês.
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MensagemAssunto: Re: No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive   No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive Icon_minitimeSáb Abr 18, 2020 7:54 pm


Preciso me ajeitar... Estou sendo flanqueado por essa galinha albina na estante.

Caminhando a passos lentos, tendo ir para o lado esquerdo da forja, onde teria ambos no meu campo de visão. Rodopio o cabo do martelo em mãos, nervosamente tentando remover o suor entre os dedos para que ele não deslize e posiciono a cabeça do martelo sobre o escudo, como um aviso.
Se qualquer um se aproximar, irei responder como um ariete digno de um anão.

- Você está procurando o anão errado. - Respondo com os olhos vislumbrando o enigmático intrometido sob o limiar do escudo. - Eu não traí ninguém, meu jovem e não quero brigar. Tem formas melhores de resolver isso.

Passo após passo, sinto meu caminhar pesado. Essa adrenalina... Eu sentia saudades, porém preciso de tempo. É muita coisa para absorver, até para alguém como eu.
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MensagemAssunto: Re: No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive   No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive Icon_minitimeSáb Abr 18, 2020 10:27 pm

- Você foi traído.

A criatura encosta o ombro a parede, e retira um cantil do bolso para beber algo enquanto o corvo coça a asa com o bico.

- Kriegen transformou o clã em ... enfim, isso é algo que vais descobrir.
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MensagemAssunto: Re: No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive   No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive Icon_minitimeSáb Abr 18, 2020 11:07 pm

Esse nome... Esse nome me causa muita dor ainda. Não esperava esse golpe.

Espero que o calafrio escalando minha espinha, nem o suór frio que desliza por trás de minhas sobrancelhas tenha sido reparado.

- Kriegen?! O que ele fez desta vez? Já não trouxe problemas demais? - Indago à figura encapuzada. - Ele já não causou dor o suficiente? Seja claro com suas palavras, estranho!!

Sem abaixar a guarda, me atrevo a avançar o suficiente para que ele não recue.
Algo está estranho cada vez mais e quero respostas, seja pelas palavras ou pelo aço.
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MensagemAssunto: Re: No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive   No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive Icon_minitimeDom Abr 19, 2020 12:27 pm

- Meu papel aqui não é revelar, mas te lembrar que tua missão não acabou, ela apenas está começando. Recebeste um contrato, três escudos. Um é para mim, Eldir buscará contigo quando ficar pronto, o outro é alguém que o destino te apresentará e... vc saberá quem é ele, por último, o terceiro escudo é teu, afinal que poesia maior poderíamos ter?

Ele faz uma pausa para voltar a beber e continua.

- Angus saiu há décadas de sua pátria, de seu lar, renegou a família, os filhos, renegou até a própria barba, orgulho do povo anão, esqueceu de si e tinha vergonha da própria arte. Só não renegou o maior dos dogmas de Moradin, trabalhar e ensinar aos outros o valor do esforço para chegar até o resultado perfeito, mesmo que ele, travasse e não avançasse em busca da perfeição.

Um passo pra frente, e o bater de asas do corvo enche a sala, ele voltava ao ombro esquerdo da figura encapuzada.

- Por compreender que doar seu tempo àqueles que necessitam, por honrar sua história mesmo que por vezes obliterasse-a da sua rotina, você foi olhado, foste lembrado, foste incumbido de trazer a história do Clã Einsenhardt, de volta, às canções, as memórias e todas emoções serão novamente evocadas nos Salões de Mitrhil e a justiça será feita, o pária voltará ! Mas aviso-o, anão, os caminhos não serão fáceis, e muito menos diretos, para que aceitem o fardo de elevar-te e livrar teu clã da submissão infiel, você buscará a humildade, e servirá às causas daqueles que o mundo renega, cospe e apedreja, só aí você deve sentir que será o momento de convidá-los, e portanto, um novo clã, uma nova família estará formada para voltar até a tua origem.

Vocês ainda estão longe um do outro, e ele aproxima-se mais um passo.

- Lembre-se... nossas cascas carregam histórias e criam expectativas sobre quem somos, mas quem realmente somos?

O corvo bate as asas tão forte que você sente um sopro de ar vir a você de maneira que um aroma enche o ambiente, o aroma da cozinha de sua casa, da lenha pegando fogo e as vozes de sua esposa e filhos brincando antes do jantar, você fecha os olhos por um momento sentindo aquele saudosismo, e quando reabre novamente, percebe que a figura havia retirado suas tapagens.

- Lembre, quem nós realmente somos?!
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MensagemAssunto: Re: No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive   No ar sepulcral a forja de Moradim ainda vive Icon_minitime

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