A noite suave se arrastava pelas frestas da janela, lua alta no céu, E o belo homem de cabelo prateado e olhos de estrela entrava no seu quarto.
Era um lugar estranho, estava ali à poucas horas, a cama mesmo sendo estranha era convidativa, a reunião na parte de baixa da taverna teve seu gosto agridoce.
Lembranças boas e ruins, pessoas alegres, pessoas perigosas
Algumas belas e outras frágeis.
O belo homem se deita com os braços atrás da cabeça e brinda seu docel com seu sorriso, parecia que aquela empreitada iria cobrar mais do que só equipamentos e seu tempo.
Perdido em seus pensamentos não percebe o sono se infiltrar.
Abre os olhos, está deitado em uma macia cama de grama, madressilva e jasmim, o cheiro enche suas narinas e lhe relaxa o corpo, acima da copa das árvores ao seu redor o sol está baixo, era a hora do crepúsculo, a hora mágica.
Um movimento chama sua atenção, uma cauda branca se agita perto das árvores. Com cuidado um focinho aparece, branco como a neve, uma pequena raposa salta e para ao seu lado. Ela tem pelo macio e grandes olhos verdes, E parece estar sorrindo, dando pulos para incentivar que o homem a siga.
Ela o leva até o centro da clareira, onde rainhas do Prado crescem livremente, ela corre a volta dele, dando pequenas cabeçadas em suas pernas.
A beleza do lugar o deixa boquiaberto, era um mundo de sonhos.
A pequena raposa o leva até o centro da clareira, onde tem um espaço limpo e um pequeno altar de Pedra, lá está uma caixa de laca vermelha e preta, com uma bela flor de lótus entalhada. Ela aponta com as patas para que ele pegue.
A raposa sorri e vai embora, dentro ele encontra um antigo livro, delicado e com gravuras, parecia feito de luz e sombras.
Ao longe começa ouvir uma suave melodia.
A voz o embala e ele segura o livro próximo ao coração.
Como uma tela de pintura molhada as imagens começam a desvanecer e ele sente seu colchão as suas costas, nas mãos estão o livro e a caixa aos seus pés.
A música ainda preenche sua mente e ele jura ver um belo par de olhos verdes sumindo no docel da cama.
Música:
Cante-me uma canção de uma moça que se foi
Diga, essa moça poderia ser eu?
Feliz de espirito um dia ela navegou
Do mar para Skye
Glória da juventude brilhava em sua alma
Onde está essa glória agora?
Cante-me uma canção de uma moça que se foi
Diga que a moça pode ser eu?
Feliz de espirito um dia ela navegou
Do mar para Skye
Me dê de novo, tudo que estava lá
Me dê o sol que brilhou
Me dê os olhos, me dê a alma
Dá-me o rapaz que se foi
Cante-me uma canção de uma moça que se foi
Diga que a moça pode ser eu?
Feliz de espirito um dia ela navegou
Do mar para Skye
Onda e brisa, ilhas e oceanos
Montanhas de chuva e sol
Tudo que era bom, tudo que era belo
Tudo que era eu desapareceu
Cante-me uma canção de uma moça que se foi
Diga, essa moça poderia ser eu?
Feliz de espirito um dia ela navegou
Do mar para o Skye
Akemi dormia suavemente nos braços de Alicia, estava exausta por navegar nos sonhos de Killua, mas feliz de lhe mostrar onde cresceu.
Acabará de entregar um de seus tesouros de raposa para aquele homem, não sabia o que viria dali, mas arriscou como nunca antes tinha arriscado.
Arriscou em abrir seu coração à um estranho que tinha a lua em seus cabelos e as estrelas nos olhos.
Pela primeira vez em anos dorme em sua forma primária com um sorriso enorme nos lábios.