Festival de Inverno - Dia 1 - As cores da cidade

Off:Pra ajudar na ambientação, coloquem o vídeo pra tocar!



On:


Um vento gelado assobia por entre as vestes de cada um que pisa nos arredores de Pedra do Trovão, o solstício de inverno anuncia sua chegada à Cormyr, o Reino do Dragão Púrpura.

Fosse outro momento, outro local, a brisa nevada poderia significar um alívio em meio ao sol que ainda teimava em queimar as cabeças de viajantes e caravanas que se misturavam, buscando adentrar a cidade, fosse por meio da ponte que atravessava o Rio do Trovão, ou as estradas que passavam pela cidade, incluindo a famosa Trilha Hullack, todavia, aqueles que vinham de longe enfrentavam aquele frio como mais uma intempérie de suas longas, cansativas e perigosas viagens.

Viajar por Cormyr já havia sido seguro, as companhias de Dragões Púrpuras eram implacáveis em suas rondas e guardas, conquistando renome por toda Faerun, mas hoje já não era assim e quanto mais chegava-se ao Norte, essa dúvida sobre esse poderio aumentava.

Pedra do Trovão estava longe demais da Corte e próxima demais a floresta Hullack. Poucos locais no antigo Reino de Azoun IV estavam tão esquecidos pelo poderio militar e político de Suzail, a capital do Reino, como a região Norte. A segurança provocada pela influência de uma organização hierárquica definida e garantidora da ordem como sempre foi em Cormyr, ali era ausente. Os Magos de Guerra não eram bem quistos e nem citados nas conversas de taverna, e a ordem militar dos Dragões, parecia ser temida. Ao menos sempre foram essas as histórias que se ouviam do Norte de Cormyr, será a realidade ?

A pequena cidade estava situada no nordeste de Cormyr ao longo da margem sul do rio Trovão, perto do lado sul da floresta Hullack, ao norte do Vasto Pântano e próximo às encostas ocidentais dos picos do trovão. Ao que sabiam, essa cidade era famosa na exportação de pescado, madeira, couro e ... itens mágicos e se ao longo da fila que se formava para entrar na cidade, podiam perceber um ou outro armeiro chegando para expor seus produtos no festival.

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Alícia

A garota podia se dizer diferente da maioria dos demais viajantes, vinha de Whellon, uma cidade não tão distante, e conhecia minimamente aquelas paragens, um pouco menos cansada e preparada para a brisa de inverno, tinha a vantagem sobre os demais e portanto poderia se arriscar caso tivesse algum interesse nisso, mas sabia que sua visita àquela cidade deveria ser discreta até completar seu serviço.

O encontro com seu contratante não poderia ser descrito como agradável, apesar de cortês. Algo naquela figura que a incomodara além de muito que já havia passado, em sua mente, martelava, desde o encontro e o fechamento do acordo voluptuoso, a sensação contínua de uma ave bicando diretamente no crânio, um dor aguda e que chacoalhava suas emoções e memórias.

O gosto de férreo enchia vez ou outra sua boca, suas mãos pareciam úmidas por algo viscoso e certas lembranças vinham e voltavam.

Alícia podia estar fisicamente em vantagem, mas será que psicologicamente diria o mesmo?
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Tarihir

Se alguém ali tinha motivos óbvios para se esconder essa seria a tielfiling.

Tarihir ao contrário tinha um sorriso no rosto que desafiava mais ao cansaço do que aos olhares curiosos, temerosos e cheio de ardis que recaiam sobre ela. A herança infernal não dava trégua, fosse onde fosse, sempre receberia a dor da recusa e de um ódio que achavam justificáveis.
A viagem até ali fora bem cansativa, mas o contrato com o mercador responsável pela caravana, além de suprir suas necessidades financeiras, era garantia de segurança. Se no início enfrentara atritos, ao final da viagem a voz angelical da filha de um demônio conseguiu causar sensações que poderiam ser comparada a encantamentos, alguns poderiam até afirmar que eram, mas ninguém, dessa vez decidira questionar a barda. Tarihir se não bajulada pelos companheiros, ao menos tinha um assento ao redor da fogueira e todos estavam ansiosos pelo show que ela daria na primeira noite de Festival, na estalagem "Jardim Vermelho".

Foi este o principal contrato que havia fechado com Uri, Mãos de Pluma, um gnomo contraditoriamente sério e muito capaz de arregimentar bardos hábeis para shows monumentais, e ele prometia mais alguns durante o Festival de Inverno de Pedra do Trovão. Para a garota no entanto existia algo mais por detrás daquela viagem. A chance de reunir mais informações na igreja de Tempus sobre seus interesses pessoais, ao menos tinha sido o que havia sido dito a ela, apenas um nome que havia sido dito tão baixo que ela tinha medo até de sussurrá-lo em sua própria mente, a aflição que aquilo causava a fazia relembrar do som que a marcara aquele dia: a gota escarlate que pingava ritmicamente do pescoço desfalecido de Neldor.

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Scorn

O garoto tielfiling, o segundo naquela multidão, padecia desafortunado, sufocado em algo próprio. A mente ignorava os insultos ao redor, e até mesmo não prestava atenção aos comentários jocosos, "é o segundo demônio que vejo hoje, o primeiro foi meu patrão", " os infernos vieram saudar Tempus?", "mas com aquela lá ao menos eu ia gostar de pecar..." quando finalmente um sentido de autodefesa fizera voltar a si. A mão buscara instintivamente a adaga dentro de um bolso do blusão pronto para se defender já que o primeiro pensamento foi sobre uma falha na magia. Por sorte(ou azar) os homens passaram, os comentários não eram sobre Scorn, havia mais alguém com sangue infernal por ali . Mas a si, a sorte nunca era o suficiente, não importava o quanto havia ganho, roubado ou sido presenteado, um buraco continuava a ser preenchido e sabia que nunca descansaria enquanto não conseguisse um sinal de recuperar o que havia perdido.

Há alguns meses Scorn havia se metido em um serviço que não compreendera as consequências, invadira, junto a alguns colegas um quartel a procura de informações para oferecer vantagens militares a seu senhor. Entrar não havia sido um problema, os poucos obstáculos foram vencidos no silêncio da escuridão, o grupo só necessitava eliminar mais uma pessoa no quarto a sua frente. E assim, trespassada a última porta e confiante na diferença numérica o sorriso de triunfo fora substituído pelo tremor. O assalto fora uma tragédia e o menino bruxo só escapara, com muitos hematomas diga-se de passagem, pois no instante derradeiro, o alvo, antes vítima da invasão da guilda e agora seu algoz, olhara dentro de sua própria alma e ao invés de entregar a lâmina a seu pescoço, deixou uma moeda cair na palma de sua mão[imagem no teu whats] enquanto dizia:

- Teu caminho foi traçado, a justiça irá te buscar. Resta reconhecê-la quando chegarmos e estar disposto a achar o que foi perdido.

O garoto foi preso e passou algumas semanas engaiolado até conseguir fugir da cidade e continuar seus negócios em outro lugar, agora estava ali, em Pedra do Trovão, a busca do quer que estivesse traçado em seu futuro, além dos olhares de nojo e medo frequentes ao seu redor.
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Akeni e Vatra

De dentro da carruagem a dupla observava a algazarra característica do início de qualquer festival, caravanas e mais caravanas montavam seus acampamentos ao redor dos muros, e também lotariam as estalagens da cidade, um caos.

Esta leva era a última, os melhores lugares já haviam sido escolhidos, as melhores estalagens já ocupadas, seria difícil achar um local aconchegante para refugiarem-se após as festividades. Mas os dois, a serviço do Monastério haviam, à revelia dos sempre austeros modos de seus senhores, recebido a indicação para hospedarem-se na " Jardim Vermelho" e bilhetes que denotavam que suas vagas já estavam reservadas.

Dali tinham pouco a fazer se não buscar no Templo local informações sobre o culto que vinham perseguindo há algum tempo e levara-os até ali. Talvez finalmente teriam um pouco mais do que pistas desencontradas e superstições dos aldeões. Uma rede intrincada de assassinatos, extorsões e rituais profanos. Pouco era conhecido na verdade, mas o culto nômade, como eles, parecia também em busca de informações, e sua última pista os levara ali. Além dos atos odiosos a única coisa que se repetia por onde seguiam era o nome pelo qual haviam sido chamados: A Tríade.

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Ao longo do início da manhã, as pessoas vão buscando seus espaços, e muitos serviços podem ser encontrados mesmo antes de entrarem na cidade. Bordéis improvisados, barracões com barris de vinho e cerveja azeda são encontrados aos montes ao longo do caminho e uma inusitada campanha publicitária. Vários garotos com disfarces grotescos de elfos, gnomos, anões, bárbaros entre outras várias raças humanóides entregam "panfletos" em panos encardidos mas bem escritos com o nome " Jardim Vermelho".

" Venham a nossa estalagem! Hoje teremos uma grande apresentação! A Dama dos Nove Infernos !"

Alícia costumava sempre se misturar às pessoas, pegando caronas aqui e ali até chegar a seu destino. Não gostava de andar a cavalo, eram duros e desconfortáveis. Preferia o balançar de uma carroça velha com feno. Desta vez tinha dado sorte, conseguiu carona em uma boa carroça. Quando percebeu que chegavam a seu destino, ela pulou da carroça, falando para o senhor que levava seu carregamento:

- Eu gosto desse lugar! Fazia tempo que queria vir aqui de novo, acredito que seja o melhor lugar de Cormyr!

Alícia dizia tentando afastar aquela sensação ruim. Estava ansiosa por chegar ao seu destino, entregar logo o pergaminho. Seria verdade mesmo o que o estranho dissera? Ele sabia mesmo sobre o passado de Alícia?

Ela se despede do senhor e acelera o passo, terminando o resto do caminho a pé, prestando atenção em conversas e no que acontecia por entre as caravanas.

Enquanto Alícia anda pela multidão, poucas conversas são notáveis, o único assunto em comum é sobre a "Tiefiling atrevida que não esconde o rosto". Enquanto isso a garota é abordada por uma das crianças:

- Oi! Está procurando algo em Pedra do Trovão? Eu posso te mostrar onde tem tudo!

* A criança tem uma máscara de goblim muito mal feita escondendo a face, é até engraçado ver uma coisa fofa daquela fantasiada como um monstro. Enquanto ela fala entrega um dos panfletos sobre o show da Dama dos Nove Infernos e um "temos vaga".

- Ah, e se ta procurando um lugar pra ficar, a Jardim Vermelho é a melhor! E a mais barata! Ah... e hehe, a única ainda com quartos!

Tárihir estava acostumada com os olhares. Afinal, já estivera em cidades de todos os tamanhos, sabia que nas pequenas era especialmente difícil passar desapercebida com o par de chifres. A tiefling agora carregava consigo uma só preocupação: o paradeiro de Ulfgar. Esperançosa, havia procurado uma pedra que a permitisse ver melhor as caravanas que chegavam. Equilibrada sobre a rocha irregular, encarava a multidão.

A verdade é que procurar um anão naquele mar de gente era como buscar agulha em um palheiro. Então, sem sucesso, envolveu com a mão a Ônix que seu amigo a dera, lembrando-se do que ele havia dito sobre ajudar com os medos. Se fosse verdade, e ela esperava que sim, Ulfgar saltaria de uma daquelas carroças. Porque, desde que ele não voltara de seu último serviço, uma frase ecoava em sua cabeça "muitos já morreram só por dizer seu nome". E se seu amigo fosse mais um?

Forçando-se a desviar os pensamentos mórbidos de sua cabeça, Tárihir resolveu caminhar até a estalagem. No caminho, viu uma criança distribuindo panfletos e notou que o vento havia soprado alguns, que formavam um rastro no chão, abaixou-se para pegá-los. Aproximou-se do menino para devolvê-lo os pedaços de pano, e assim que tocou seu ombro, para chamar sua atenção, disse:

_ Perdão, acho que você deixou cair.

Scorn se esgueirava por entre as pessoas, se sentia bem em ambientes lotados, mas a sorte não parecia à seu favor nos últimos meses. Os insultos vinham de todos os lados, e seus dedos já se apertavam em volta da empunhadura da adaga. Já estava bem habituado às suas habilidades, mas mesmo a ilusão que o cobria não era infalível, e mais de uma vez esquecera de conjurar a magia antes que seus efeitos se dissipassem. A tensão finalmente deixou seu corpo quando percebeu que permanecia oculto por trás de sua máscara arcana.

Seus olhos percorreram a multidão, intrigado, até encontrar a outra tiefling que parecia ser a fonte do alvoroço. Deixou a moeda correr entre seus dedos, as palavras ecoando no fundo de sua mente. Não era muitos dos seus que andavam expostos à luz do dia. Um sinal, talvez?

-Mantenha os olhos nela, sim? - Disse quase num sussurro enquanto um gato, preto e branco, se materializava de sua própria sombra.

Deixou o gato correr na frente por entre as pernas dos transeuntes e tentou se aproximar. A figura, em sua forma humana, caminhou por alguns metros antes de ser parado por uma criança em uma mascara de elfo lhe arremessando um pedaço de pano encardido. Scorn pegou e leu, erguendo uma sobrancelha para o anucio do garoto.

-Hey, moleque, onde fica esse Jardim Vermelho?

Esperou a resposta, sorriu e seguiu na direção indicada.

O gato:

Akeni não gostava dos barulhos daquele lugar, mas a empolgação  de seu pupilo a deixa feliz, ele merecia ver coisas belas, e se pensar bem ela também merecia.
Perseguir aqueles bastardos já estava lhe tirando o sono, quanto antes os destruísse melhor, ainda tinha muito o que fazer no mosteiro.
Será um bom exercício de paciência ficar ai no meio desse festival.
Vendo Gregório sorrindo, deixa de lado suas reservas e lhe pega a mão.

-Sempre tem comida gostosa em festa Greg, vamos provar todas depois de verificar nosso local de descanso, e não meu menino, aqui teremos que nos virar sem um templo de nosso Deus.
Não se preocupe, eu trouxe seu altar portátil, nem sempre se pode contar com nossas igrejas.



Retirando seu capuz olha pra praça, tanto barulho, saca seu colar de contas do bolso e segue na direção de sua estalagem.

ALÍCIA E TÁRIHIR

Enquanto Alícia conversava com o pequeno menino goblin uma figura se aproxima dos dois tocando o ombro do pequeno.

"- Perdão, acho que você deixou cair."

Uma tielfiling( Tárihir) se aproximara de vocês e tinha nas mãos alguns dos "panfletos" que as crianças tinham deixado cair, com um sorriso no rosto e uma voz que parecia vinda dos céus, ela era a contradição encarnada.

A criança estava paralisada olhando para ela, por alguns instantes as duas temiam que o medo tomasse conta do pequenino devido a sua reação inicial mas logo veio a voz:

- Vo-você é a coisa mais bonita que eu já vi na vida!

E logo após dá uma risada gostosa.

- Seu Olthir vai ficar babando do balcão, tenho certeza!

Ele fica olhando pras duas moças, sorrindo com a máscara do goblin quase caindo do rosto!

Alícia tinha a frente dela a representação de medos milenares, a representação dos próprios medos, a escuridão em pessoa. Mas... aquele sorriso, ele ia contra tudo isso.
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SCORN

A sensação de insegurança nunca o abandonara de fato, mesmo percebendo que não era o alvo de quaisquer dos insultos. Pior, ao ver a garota, algo dentro de si foi tocado, algo dentro do próprio vazio se ..."moveu".

Uma dor profunda o atingiu, um incômodo continuado até encontrar a criança-elfo. Após um profundo processo de inspiração e expiração, Scorn retoma a calma enquanto a criança explicava de maneira apressada e não muito didática que algumas outras já estariam provavelmente levando outros hóspedes para a taverna, seria só seguir o grupo.

Enquanto isso o gato seguia a tielfiling passeando entre a multidão de pernas até que à distância observou a cena entre Alícia, Tárihir e o goblin. Com os pêlos arrepiados, percebeu que algo ali mexia com os instintos felinos, e Scorn sentira isso na própria alma.

Seria lógico desconfiar da tielfiling à respeito da agitação de seu familiar, mas uma dúvida surgiu na própria mente, não estaria, o gato, acostumado a sua herança?

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AKENI E VATRA

Assim que o Golias desce da carruagem a mesma invariavelmente reage a falta de seu peso rangendo enquanto o "gigante" chega ao chão. Em convergência à reação de leveza da carruagem a população ao redor solta um quase ensaiado e sonoro:

- Uuuoooww!

À visão de Vatra, de longe maior que os prórios cavalos, uma pequena clareira se abre ao redor do "carro", muito mais do que qualquer temor os olhares para o armadurado são de admiração, um colosso como ele não era algo comum àquela região. Akeni um pouco mais experiente que o jovem sabia que apesar da admiração, ele seria um desafio que muitos valentões iriam querer se provar.

A kitsune disfarçada desce de forma suave, aproveitando a ajuda do pupilo e olha aquele caos tão avesso a sua própria forma de viver, de fato lidar com aquilo seria um teste, mas seu foco em buscar informações seria um vantagem para lidar com as distrações do festival. Será que Gregório manteria a mesma disciplina?

Uma das crianças, uma menina fantasiada de orc começa a pular ao redor dos dois com uma vareta e cutucar o gigante, arrancando risadas das pessoas ao redor.

- Venha, orca má não ter medo de gigantes! Ahhh!!

Ela avançava rindo e estocando o adversário, até que mais duas figuras, uma como anão e um cachorro fantasiado de dragão rodearam os dois amigos.

A confusão e as risadas aumentavam, à medida que o cachorro pulava e latia ao redor das crianças.

Era enfim, um festival se iniciando! A alegria era a tônica do momento!

Gregório fazia que sim para Akemi com a cabeça, porém quando ia se pronunciar era atacado por um terrível inimigo!! Crianças fantasiadas e um cachorro dragão. Ele sorria, entregando a Akemi sua mochila e espada enquanto  ele levava a mão ao peito, sua voz retumbante soava enquanto ele fazia uma cara nitidamente de preocupação falsa.

-- Oh, por Ilmater!! Estou sob ataque!! E agora o que farei?!?!

Ele então com um movimento rápido para seu tamanho girava o corpo no eixo levantando sua mão e errando propositalmente uma das crianças enquanto ria.

--Muahahaha enganei vocês!! Na verdade está era minha armadilha, agora irei pegar todas para fazer....

Ele pensava por alguns segundos o que soaria assustador porém não ameaçador de mais para as crianças, já que claramente estava brincando com elas.  

-- Ensopado?

Falava rindo de si mesmo por ter se perdido nas palavras.

Alícia sorri amistosa para a criança, lembrando de quando ajudava Lady Von Teese a divulgar os grandes shows da casa. Sempre bom atenção redobrada aos seus pertences perto destes moleques, isso ela também lembrava.

- Mais barata? Parece meu tipo! Depois você podia me mostrar outros lugares.

Alícia até que estava animada naquele lugar, por momentos até esquecia dos maus pensamentos. Ela se surpreende, mas nem tanto, ao ver a tiefling, pois ouviu sobre ela. Sua aparência, no entanto, era por si só surpreendente.

- Uau.

Foi só o que ela conseguiu dizer, ainda se perguntando se aquela aparição era boa ou ruim. Mas parecia tão gentil...

Tárihir sorri diante da reação do menino gobling. A inocência da criança ao elogiar sua aparência revelava que ainda não aprendera a odiar sua raça.

_ Eu adorei a sua máscara, você mesmo quem fez? Lhe caiu muito bem!

Disse a tiefling lembrando-se de como gostava de estar com crianças. Elas sempre lhe lançavam um olhar curioso, o que fazia-se perguntar em que momento da vida esse encanto era tomado pelo medo e ojeriza. Quando os olhos brilhantes tornavam-se opacos e odiosos?

Só então a tiefling repara a presença de uma terceira pessoa, uma moça com quem o menino conversava antes de sua abordagem. Ela parecia simpática e, assim como o menino, não soava acuada por sua presença, o que deixou-a confortável para apresentar-se a ambos.

_ Prazer, eu me chamo Tárihir.

A barda estende a mão para a humana antes de pensar que poderia gerar algum constrangimento, então a retira imediatamente, antes de obter qualquer resposta.

O menino ainda meio bobo responde negativamente com a cabeça.

- Foi seu Olthir...

O garoto sorri e diz apontando uma confusão entre algumas crianças, um cachorro e um "gigante" de dois metros e meio de altura. As pessoas riam em volta daquele grupo, o jovem armadurado " lutava " em um combate épico contra uma orc, um anão e um dragão. Quem de fato ganharia aquela guerra?

- Quando aquela brincadeira boba acabar, eles irão levar as pessoas pra estalagem, eu tenho que trabalhar ainda! Aquelas crianças não fazem nada direito!

Chega a ser engraçado aquele tom de responsabilidade na voz do goblin, mas as duas sabem que a infância é breve e perigosa se não começarem a amadurecer em tempo. O pequeno sai com os panfletos a convidar mais hóspedes, não sem antes se virar para as duas e dizer.

- Vou adorar ver o show da sra hoje a noite!

Scorn tentou disfarçar a sensação que lhe incomodava, mas levou instintivamente a mão ao estomago, embora não fosse exatamente onde lhe doía. Com sorte pensariam apenas q era um camponês que teve uma refeição ruim, ou sofria as consequencias de uma noite boa. Respirou fundo ouvindo a explicação corrida do “elfo” e seguiu.

“Claro, só seguir o fluxo”-pensou quando conseguiu por os pensamentos novamente no lugar.

O arrepio que lhe percorria a espinha não era seu, nem os pelos que sentia se eriçando. Seus olhos se voltaram na direção que seu gato seguira, caindo sobre a Tiefling, que conversava agora com uma outra garota e um “goblin”. Ergueu uma sobrancelha ao perceber que nenhum dos dois parecia hostil. Um sorriso ameaçou se formar no canto de seus labios, talvez pudesse deixar cair a ilusão em algum momento.

Resolveu se aproximar do trio enquanto um golias parecia ter se tornado o centro das atenções à alguns metros dalí. Trabalhara com um alguns anos atrás, talvez as unicas vezes onde ele não fora o centro das atenções logo de cara.

Caminhou até onde seu gato estava. O animal se esfregou em suas pernas, desaparecendo nas sombras de onde viera. Não tinha certeza do que procurava, ou o que lhe incomodava na garota, então achava mais pertinente apenas observar antes de tomar qualquer ação.

PS: Quem tiver Investigação passiva ou estiver fazendo um teste Investigação com DC 14 consegue ver a forma de Tiefling.

- Tô vendo que não são muito legais por aqui contigo.

Alícia pega a mão de Tahirir de volta e aperta empolgada.

- Eu sou Alícia, mensageira viajante, à seu dispor!

Alícia faz o que parece uma reverência desajeitada e sorri.

- O pirralho vai me levar pra essa taverna aqui, você também vai pra lá? Algo me diz que ver você aqui e este show do panfleto não é coincidência.

Ela mostra o panfleto do show da Dama dos Nove Infernos.

Alicia e Tarihir percebem várias pessoas (inclusive Scorn) as observando conversarem, alguns olhares ardis e outros apenas curiosos, seria uma boa ideia continuarem ali ?

A brincadeira entre o Golias e as crianças permanecem por algum tempo ainda, e aproveitando a comoção, Uri, um gnomo que parece ser uma espécie de produtor artístico mandou alguns de seus flautistas até a aglomeração e improvisou apresentação itinerante.

Logo a fila que entrava na cidade se torna uma festa geral, e as pessoas começam a entrar lentamente na cidade, inclusive um grupo que tem como guias as crianças mascaradas.

Enquanto o golias é uma surpresa bem vinda, a tielfiling causa afastamento.

Tárihir sorri para o menininho goblin, que agora parecia ocupado demais para ouvi-la. Pensava se o veria mais tarde no Jardim Vermelho, quando a reação de Alícia tomou sua atenção. A moça apertara sua mão de maneira tão amigável e suas palavras eram tão doces, definitivamente não se parecia com qualquer humano que havia conhecido.

_ É, de fato não são... e receio que não seja só por aqui. As pessoas não costumam ser tão simpáticas diante de um par de chifres. Você é uma exceção.

A tiefling faz um movimento sútil com a cabeça, apontando para a humana a expressão de alguns transeuntes. Um deles parecia especialmente atento, um homem alto e ruivo que as observava fixamente. Talvez fosse a primeira de sua raça que ele via, pensou, a curiosidade não a surpreendia. De todo modo, sentiu-se incomodada.

_ E, sim, eu também estou indo para lá. Eu tenho que me preparar para o show, acabei perdendo a noção do tempo.

Dizer isso a fez lembrar-se de porque tinha ido até ali. Imediatamente olhou ao redor mais uma vez, nenhum sinal de Ulfgar. Apenas um grande visitante que tornara-se motivo de festa. Pensou se algum dia se presença seria assim, tão bem vinda.

_ Eu posso te acompanhar se não se importar de ser vista ao meu lado.

Disse a Alícia. A tiefling realmente esperava ter mais de sua companhia, ela lhe parecia uma boa pessoa. E para alguém tão desconfiada como Tárihir, poucas pessoas causavam essa impressão.

- Não ligo pra isso, as pessoas torcem o nariz pra tudo. Aonde eu cresci você seria a estrela, mas ainda bem que você não cresceu lá, hehe.

Percebendo o homem que as encarava e uma certa preocupação de Táhirir, Alícia pega ela pela mão e começa a caminhar rápido.

- Vem, vamos dar um perdido nesse paspalho!

Alícia se embrenha pelas pessoas e ruas tentando desaparecer da vista do ruivo, mas seguindo em direção à taverna.

Scorn tentava se misturar na multidão, já que as duas garotas estavam atraindo mais atenção do que elas visivelmente gostariam. Deu alguns passos a frente e reparou que ambas olhavam em sua direção. Sentiu o estomago embrulhar e mordeu a própria língua como um incentivo para manter a calma. Se perguntou se o viam pelo que realmente era, mas não conseguia ler direito a linguagem corporal de nenhuma delas.

"Bosta!" - pensou ao ver que as duas se afastaram

Deu de ombros. Um gato preto e branco se esfregou em suas pernas saindo das sombras. Deu um miado baixo e rouco antes de seguir atrás das garotas. Scorn se embrenhou por entre as pessoas tentando manter as duas em seu campo de visão.

Teste de Investigação (Vantagem): +3

'D20' : 5, 20 +3 = 23

O membro 'Scorn' realizou a seguinte ação: Lançar dados

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'D20' : 5, 20

Segurando os equipamentos, Akemi olha por entre os cílios ao redor.
conhecia bem demais locais assim para se descuidar.
Sabia que muitos larápios usavam crianças como distração.

Dando um passo para ficar atrás de Gregório, ela observa.


(+3 percepção)=total 10

O membro 'Akemi Amouteru' realizou a seguinte ação: Lançar dados

---

'D20' : 7

Rolagem de furtividade:

1d20+8 com desvantagem

O membro 'Alícia_' realizou a seguinte ação: Lançar dados

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'D20' : 1, 9

Off

Furtividade  3 + 3 = 6
Percepção  5 + 2 = 7

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On

Tárihir sente sua nova amiga puxá-lá pelo braço em direção à multidão. Embora soubesse que passar desapercebido não era um de seus dons, a tiefling a segue.

Mas como seus pés, suas perguntas não paravam: quem era aquele homem? Por que ele as olhava tanto? Se ao menos pudesse vê-lo melhor... Inquieta, tenta observá-lo por entre os transeuntes.