Memórias Perdidas
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Memórias Perdidas

Bem vindo à “Memória perdidas”, uma crônica-trama de fantasia medieval (d&d 5e) que envolverá intrigas e romances na corte.
 
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 A canção da Morte

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Tárihir

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MensagemAssunto: Re: A canção da Morte    A canção da Morte  - Página 3 Icon_minitimeSáb Abr 25, 2020 6:14 pm

Tárihir sorri e assente com a cabeça para os desconhecidos na mesa.

_ Aproveitem a noite, espero que fiquem para a apresentação! - afirma para os homens com pressa, antes de redirecionar o trajeto, seguindo Alícia até um desconhecido.

A tiefling se senta na cadeira que a amiga havia puxado, aguardando sua chegada. Acena enquanto Alícia faz as apresentações. Arregala os olhos quando a ouve chamá-lo de "vovô anão". Apesar de receptivo, o anão não parecia estar aberto à brincadeiras. O mau humor estava estampado em sua face. Ou talvez aquela fosse a expressão padrão de anões, nunca conhecera um que fosse sorridente e bem humorado.
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MensagemAssunto: Re: A canção da Morte    A canção da Morte  - Página 3 Icon_minitimeSáb Abr 25, 2020 6:35 pm

Assim que a garota com o gato chega na mesa, as atenção se viram para ela e todos gargalham da "cara de pau" de Alícia.

Enquanto o gato ronrona no colo de Alícia sendo acariciado e ela se senta ao convite do anão, é possível, mais de perto que a única pessoa que se destaca, ao menos na maneira de se vestir dos demais, é Hórum (vide imagem assinatura de Killua), o primogênito Corvinus. Os demais asseclas da família, são em sua maioria homens comuns, apesar de bem vestidos e muito bem servidos de charme e malícia, é possível reconhecer alguns dos artistas e comerciantes da abertura do festival la na Assembléia.

Com um sorriso que parece do tamanho do mundo o Hórus, gargalha e faz sinal para que abram a mesa coincidentemente na mesma hora que Tárihir chega.

Assim, as mesas de Einsenhardt e Corvinnus se juntam no centro do salão, a barda da noite está reunida com vários dos artistas da cidade que tinham se concentrado na mesa dos mecenas. Era certo, naquela noite a Jardim Vermelho era quase que um encontro mundial dos bardos.

Durante minutos e mais minutos, histórias são compartilhadas, histórias sobre vários heróis, anões, elfos, humanos, halfilings e de várias raças são contadas, o horário da apresentação de Tárihir se aproxima.
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Angus Einsenhardt

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MensagemAssunto: Re: A canção da Morte    A canção da Morte  - Página 3 Icon_minitimeSáb Abr 25, 2020 6:49 pm

Meu nome é Angus. - Me apresento, com o rosto ainda corado, a mão nervosamente alisando a barba e um sorriso escapando por trás da barba.

Levanto a mão e chamo um rapaz humano gordo, com uma barba desgrenhada, castanha como seu cabelo.

Domingos, essa são Tahirir e Alicia... Acho que falei certo. Fala com o taverneiro para apressar as coisas. A moça vai cantar e precisa estar bem. Corre! Corre! - Digo, abanando as mãos como se fosse empurrar ele com a força nada.

 Me volto as convidadas, tentando não demonstrar estar meio desajeitado. Com os olhos compenetrados na moça humana, agitada com o gato no colo, tento acalma-la da forma que dá. Eu devia me irritar, porém hoje não. Hoje é um dia alegre.

-Bem... - Digo, tentando quebrar o gelo, estapeando a mesa com a palma direita pesada. - Não se preocupem. Não é a primeira vez que lido com pessoas desnutridas passando fome. A comida chegará em breve. Enquanto a senhorita... - Me viro a jovem de sangue infernal. - Você é bem bela pra uma chifruda, você é parente do rapaz do casal ali?!

Meu olhar se vira e com meu nariz quadrado indico a mesa ao lado onde há um casal conversando despretensiosamente. Uma jovem de olhos puxados e roupas de gente tão fresca quanto elfos e a face repleta de maquiagem suficiente para apelidar de reboco. Em sua frente há um outro chifrudo, com tatuagens feias, pele vermelha e gritante.

Bons minutos se passaram, em alguns instantes Alicia falava sobre o gato e sobre amigos que nunca ouvi falar. A mesa foi se estendendo e prologando com a entrada de lordes e vagabundos. Um belo dia para se vir à taverna de fato.
Ah, Moradin. Obrigado por me fazer viver pra ver isso.
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MensagemAssunto: Re: A canção da Morte    A canção da Morte  - Página 3 Icon_minitimeDom Abr 26, 2020 1:31 pm

Scorn ouve atentamente a história de Akemi. Conhecia a ordem dos monges de Ilmater de nome apenas, alguma coisa com Rosa Amarela, se não estava enganado. Mas estava divagando. Então ela estava em busca de assassinos, podia simpatizar com a busca por justiça, não era o mesmo caso que o seu, mas no fim todos buscavam algo.

Seguiu Locke no colo de Alicia sendo levado até alguma mesa. O gato ainda ronronava e, eventualmente, soltava mais um miado grave e rouco exigindo mais carinho. O tiefling não conseguiu conter o sorriso se formando em um dos cantos de seus lábios.

Voltou sua atenção para Akemi a tempo de vê-la se afastando, talvez constrangida pela proximidade. Deu um gole em seu chá antes de por o cotovelo na mesa e apoiar o queixo na mão. Tinha quase certeza que a onde de crimes ocorrendo durante o festival não entrava nas preocupações do prefeito.

-Bom, Orcs são sempre encrenca... Quando não a fonte principal, são pelo menos um agravante... - Deu de ombros - Mas, se a recompensa for boa, não da pra garantir sempre a sorte nas cartas, não é mesmo?
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Killua Corvinus

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MensagemAssunto: Mente inquieta   A canção da Morte  - Página 3 Icon_minitimeDom Abr 26, 2020 4:05 pm

O jovem se mantinha sentado com o oficial por alguns instantes. Tentou coletar algumas informações relevantes, mas era sempre o mesmo teor diluído e sem real importância. Aquela era uma situação que deixava Killua agitado, muitas questões, poucas respostas e a pessoa responsável pelo assunto não confere informações o bastante para se tomar um plano de contingência.

Era notória a precariedade na segurança da cidade e maneira como está subjugada à vontade dos interesses de quem quiser os cobrar. Sejam os incessantes assaltos à luz do dia, com que sua caravana teve que lidar constantemente - apenas não afetados de forma severa por possuírem uma guarda própria, coisa que quantos mercadores mais o poderiam fazer? - ou seja uma ameaça externa, aparentemente orcs atacando as estradas. Killua não tinha o tamanho senso administrativo ou de governo que seu pai, mas as horas em seu escritório no vagão prefeitura, enquanto viajavam o mundo, lhe renderam um conhecimento ou outro… e Olothar está encurralado e sabe disso.

- Muito obrigado, [insira aqui o nome do npc que o mestre não nomeou]. Agradeço pelas informações e pelo serviço bem feito à cidade - O Corvinus para e aguarda por alguns instantes olhando toda a movimentação no salão. Mesmo sem um sorriso no rosto, a expressão do Lorde era reconfortante aos olhos. A mesa de sua comitiva acabava de aumentar em tamanho e agora parecia agregar a celebração de algo envolvendo o Anão muito bem vestido, que dividia a mesa com Oro Bar… Ambos exibiam mais ouro e pedras preciosas em suas vestimentas e ornamentos capilares do que a maioria alí naquela taverna veria na vida.

De fato… hoje está sendo um dia peculiar” pensa o Corvinus enquanto levanta da mesa mais afastada em que estava, se despede do oficial e caminha sem pressa de volta para a grande mesa em que estava sua comitiva.

- Parece que a família está aumentando! - Fala com um largo sorriso ao chegar na mesa, circulando-a até a cadeira vaga ao lado de seu irmão gêmeo. Seu olhar percorre cada um ali. Na mesa também estavam Alicia e Tarihir. A mais jovem acariciava um gato, animal que claramente não era apenas um gato… será que ela também é uma adepta? Sorri surpreso. Tarihir de fato era estonteante, mas Killua não demora o olhar, apesar do sorriso mudar para o canto da boca.

Fora no Gnomo que sua atenção se fixou. Virou-se para Hórus antes que pudesse criar algum constrangimento e comentou - Este é Oro Bar, o mercador que Olothar nos indicou. - Falou baixo para seu irmão, mas não preocupado se alguém mais prestasse atenção. O Corvinus então serve-se de uma caneca de água. Não queria sua mente alterada. Então apenas presta atenção. Eventualmente o olhar pairava na mesa onde Akemi e Scorn conversavam.
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Tárihir

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MensagemAssunto: Re: A canção da Morte    A canção da Morte  - Página 3 Icon_minitimeDom Abr 26, 2020 6:09 pm

Tárihir ri do comentário do anão.

_ Obrigada, Angus! O senhor é muito cortês para um anão. Não, não sou parente dele. Talvez até pudesse me tornar, mas a minha colega ali foi mais ágil. Formaríamos um belo par de chifrudos, não acha? - Brinca.

A barda aproveita os minutos antes e sua apresentação para interagir com os demais artistas da mesa. Estava certa de que aquela era uma das noites mais felizes que já vivera, compartilhando e ouvindo histórias de todos os tipos: heróicas, românticas, engraçadas e dramáticas, sobre seres de todas as raças.

Quando ouve a nona badalada após o meio dia, Jacob, outro artista da companhia Mãos Brilhantes que costumava acompanhá-la nas apresentações, se aproxima, avisando-a que a aguardava para iniciar a apresentação. Tárihir o apresenta aos outros membros da noite:

_ Queridos, eu estou adorando a conversa, mas terei que deixá-los. Espero que desfrutem da apresentação! A propósito, esse é Jacob. Seus dedos de fada fazem mágica ao tocar uma harpa.

O humano, tímido, cora diante do elogio mas cumprimenta os membros da mesa.

_ Alícia, tente não sumir. Ainda precisamos terminar aquela conversa mais tarde - fala próximo ao ouvido da amiga, que parecia completamente distraída pela quantidade de comida diante de si.

Então, caminha sorridente até o pequeno palco. Jacob se senta em um banco e começa a tocar a harpa. O som angelical produzido pelo instrumento iniciava a apresentação, cativando a atenção do público. As apresentações de Tárihir eram, como de costume, introduzidas por canções élficas. O público sempre reagia com estranheza ao ver a tiefling cantar naquele idioma. Ela não ligava.O élfico dizia mais sobre suas raízes do que o infernal.

“Onde os salgueiros choram” fora a escolha da tiefling para começar a noite. Essa canção, em específico, não era feliz ou provocante, mas melancólica.

[ A música: http://irenezhong.bandcamp.com/track/where-willows-wail ]

Perdemos a eternidade,
A árvore arruinada do tempo das pessoas não ajudará quando a terra dos sonhos não for mais a nossa jornada.
Tentamos liderar, apesar da eventual falha de nossas marcas.
À inevitável e perturbadora liberdade com a qual estamos comprometidos.
Quando não conseguimos mais acreditar, perdemos a glória na guerra.
Quando o Lobo venceu, perdemos o Povo para a guerra.


Enquanto Tárihir canta, as pessoas dispersas pelo salão ouvem gritos e, imediatamente, buscam a origem. O som era claro e verossímil e podiam ver, nos rostos uns dos outros que todos ouviam. Antes que continuassem a procurar a origem do barulho, uma imagem se forma atrás da barda: cidadãos comuns, de diversas raças, lutam ao lado de um exército de Dragões Púrpura contra o que lhes parecem ataques à cidade. A imagem não lhes inspirava fraqueza, mas união. Era como se a tiefling tentasse mostrá-los que as distinções perdiam seu sentido em meio ao cenário caótico de um conflito. Dividir um propósito era mais importante do que compartilhar da mesma raça. Estavam, todos, atados pela  “inevitável e perturbadora liberdade com a qual estamos comprometidos”. [truque: Ilusão Menor]
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Alícia_

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MensagemAssunto: Re: A canção da Morte    A canção da Morte  - Página 3 Icon_minitimeSeg Abr 27, 2020 6:08 pm

Alícia fica quieta (finalmente) para assistir a apresentação de Tahirir. Nunca tinha presenciado algo tão belo, tão grandioso. Estava extasiada.

Lágrimas de emoção saíam de seus olhos enquanto ela se abraçava no gato, que talvez não gostasse muito de ser afofado, mas Alícia estava muito emocionada.

Quando rompem os gritos, ela chega a dar um pulo na cadeira e aperta o braço de Angus que estava ao seu lado, sacudindo-o. Por sorte anões costumam ser estáveis como pedras, senão ela o teria derrubado da cadeira.

A mensagem de Tahirir era inspiradora. Traduzia muitos dos sentimentos de Alícia, que não gostava dos preconceitos e da distinção. Pelo contrário, achava fascinante aqueles que eram diferentes. Ela olha para todos os amigos que fizeram naquele longo dia, cada um tão diferente, feliz por tê-los conhecido. Feliz por se unirem por motivo nenhum e ao mesmo tempo compartilhando muitas coisas. A vida seria melhor para tanta gente se prevalecesse a união...

Quando a apresentação termina, Alícia coloca o gatinho no chão para não machucá-lo e sobe na sua própria cadeira, aplaudindo e gritando:

- LINDO!!! PERFEITO!!!! INCRÍVEEEEEL!!!!

Ela coloca os dedos na boca, soltando um assobio altíssimo, seguidos de mais aplausos.
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Angus Einsenhardt

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MensagemAssunto: Re: A canção da Morte    A canção da Morte  - Página 3 Icon_minitimeSeg Abr 27, 2020 8:13 pm


Nunca pensei que depois de tantos anos, eu iria me encontrar com olhos derramando lembranças doces como se... Como se fosse o meu último dia no templo.

Meus olhos fecharam por um instante. Consigo ouvir... Por Moradin, eu juro que consigo ouvir.

Anões tilintando aço sobre o peso dos martelos. A voz dela em minha nuca, beijando meu pescoço enquanto me traz um pouco de café quente. Beber enquanto ela ajeita minhas barbas, outrora negras como carvão e hoje palidas como a neve.
Por Moradin, eu juro que consigo ouvir.
Ouvir a voz do meu pai amarrando meu primeiro avental em minhas costas e dizendo palavras de apoio. Consigo vislumbrar, na escuridão dos meus olhos cansados e fechados em meio a cantoria da barda, duas crianças correndo, gritando, rindo...

Por Moradin... Eu juro que eu consigo ouvir. Eu quero de volta... Eu preciso voltar.

Essa sensação doce e nostálgica me abraça como farei com Vitra assim que chegar. Eu posso ver ela, correndo da entrada até mim, com braços abertos. Seus cabelos chacoalham de um lado para o outro.

Não! Sou eu!!

O transe e a tranquilidade morrem com a humana me balançando na cadeira, de um lado para o outro.

- Mas que p... - Digo no susto quando ela me solta e vou de colisão com o chão.

Acho que ela nem percebeu pois assoviava aos 4 ventos, com um barulho agudo e escandaloso. Humanos...
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Akemi Amouteru

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MensagemAssunto: Re: A canção da Morte    A canção da Morte  - Página 3 Icon_minitimeSeg Abr 27, 2020 8:24 pm

- Orcs sempre são problemas, a sorte às vezes falha, todo trabalho merece recompensa, principalmente os perigosos.

Akemi termina seu chá, pousando suavemente a xícara na mesa, assumira mais uma vez sua postura monástica.

Olhando por cima do ombro de Scorn, cruza o olhar com Killua, sustenta por alguns batimentos cardíacos e se obriga a desviar, pois Alícia chamara sua atenção por pedir comida descaradamente na mesa dos nobres e sendo convidada por um anão a se sentar com seus companheiros. Tarihir também se desloca para a mesa, formando um alegre grupo, com suas risadas e histórias.

Akemi acompanha com o olhar aquela feliz reunião, achando a imagem memorável, até que a barda levanta e se dirige ao palco.

O silêncio se forma, se ajeitando na cadeira, ela assiste fascinada os primeiros acordes da canção.
A música a arrebata de tal forma, que se pega prendendo o fôlego. Cada estrofe maravilhosamente executada e a voz que só seres celestiais poderiam ter.

As palavras a levam até a clareira, seu lar, sua maior tristeza, lembra das preguiçosas manhãs de sol ao lado de seus irmãos e irmãs, da grama sob suas patas. Ali não fora o lobo ou a guerra a vencer e sim a crueldade de um homem que se acha um Deus.

Lágrimas correm livremente por seu rosto e suas mãos junto ao peito se apertam.

Os sons e imagens lhe arrancam um soluço, outra lembrança, uma grande árvore e dezenas dos seus pendurados nela, sem olhos, sem vida, seus pelos manchados de sangue.

A música vai caminhando para seu final e a audiência entra em delírio, aplausos e assovios, o mais entusiasmado vindo de Alicia.

Akemi treme e seca as lágrimas na manga do vestido, borrando de preto o tecido, enquanto aplaude com vigor a apresentação.
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Scorn

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MensagemAssunto: Re: A canção da Morte    A canção da Morte  - Página 3 Icon_minitimeSeg Abr 27, 2020 9:49 pm

O tiefling assente o comntário de Akemi com a cabeça. A sorte eventualmente falha, e nas horas mais impróprias. Pegou o chá com a mão livre e tomou o que restava na xícara e, sem desapoiar a o queixo da mão, virou a cabeça, buscando o que o olhar da monja achava tão interessante.

Observa a cena por alguns instantes antes de fixar o olhar em Locke. Olhou o gato com certa reprovação, era pra ele estar espiando a conversa das garotas, não mendigando carinho. Mas aquilo o divertia de alguma forma.

Sua atenção se desviou do gato apenas ao reparar que Táhirir se preparava para se apresentar. A ouvira uma vez durante a tarde e teve apenas um gostinho do efeito que aquilo lhe causara. Estava curioso para saber o que tiraria de uma apresentação completa.

Se virou para o palco, afim de melhor apreciar a apresentação e, por um breve momento, sentiu raiva. A imagem dos cavaleiros e dos cidadãos comuns atingiu algum ponto em Scorn que o incomodou profundamente. Mas, mais rápido do que veio, aquele sentimento se dissolveu, dando espaço a um sentimento de esperança que não sentia há muito tempo, se é que já havia sentido. Fechou os olhos por alguns instantes, deixando que a melodia o embalasse.

Sentiu os pelos da nuca arrepiando e abriu os olhos mais uma vez, admirando a apresentação. Mas fora arrancado de volta ã realidade ao perceber um corvo. Um corvo branco? Empoleirado sobre o umbral acima do palco. A sensação de esperança não lhe deixara. Mas aos poucos tornou a ver o mundo cinza ao redor da barda, conforme a voz ia morrendo. Esfregou os olhos e olhou mais uma vez para o corvo.

Se virou, ia perguntar para Akemi se o que via era real ou algum delírio, e deu de cara com o choro da moça. A olhou por alguns segundos, incerto do que fazer. Esperou os aplausos morrerem, então calmamente sussurrou algumas palavras e gesticulou, terminando o movimento em um toque leve na manga manchada de Akemi, e o borrão se dissolveu, como se nunce tivesse existido. Apenas sorriu antes de se virar novamente na direção do palco.
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Killua Corvinus

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MensagemAssunto: A canção às nove badaladas   A canção da Morte  - Página 3 Icon_minitimeSeg Abr 27, 2020 11:28 pm

O jovem participava das conversas à mesa que variavam muito, mas nunca perdiam a intensidade e empolgação, eram os efeitos das bebidas assim como eram os efeitos das memórias compartilhadas. Se existia uma coisa que viajar com os itinerantes não era, era tedioso.

Contudo, Killua estava com dificuldade de se concentrar no presente, sua mente perambulava em toda aquela informação que havia coletado em boatos e das autoridades da cidade e, assim, tentando traçar algum padrão naquilo tudo, de onde pudesse tornar partida para uma ação. Se tinha uma coisa que ele herdou do pai, como Olothar comentou, era sua vontade de resolver os problemas. Hórus ao seu lado poderia discordar da definição de problema que ele as vezes tinha, e a lembrança disso trouxe um sorriso ao seu rosto.

Parecia que em sincronia com as nove badaladas, a dama dos nove infernos era invocada ao palco da taverna. Tarihir desfilava e as atenções se dirigiam à ela, mesmo sem seu menor esforço para isso… sua origem infernal teria efeito semelhante, mas as expressões seriam de desprezo, contrariando as atuais reações que variavam de uma total falta de atitude, congelamento, ou os olhares lascivos gerando calor naquela noite de ventos frios ao lado de fora.

Ansioso para ver a performance da Tiefling, o Lorde se ajeita na cadeira e aguarda em silêncio. A taverna inteira parece fazer o mesmo no momento que o primeiro verso é proferido. Ao compreender do que se tratam as palavras élficas, o jovem Corvinus é tomado por uma revolta interior… seu punho se fecha na caneca e a segura com força e é possível reparar sua mandíbula se contraindo. Efeito esse que dura pouco e logo é substituido pela sensação de alívio. Alívio de quando o coração ficou apertado por muito tempo e então relaxa, fazendo o peso que existia ali desaparecer.

O sorriso era plácido e parecia trazer luz para o local que se enchia de aplausos e as pessoas que ovacionaram a bela apresentação da artista. O olhar carregava mais do que as lágrimas que marejam seus olhos, pois demonstravam por alguns instantes uma vazio negro.

Ao fim, sorrindo, enxuga as lágrimas passando o polegar no rosto - Estupendo! - Fala virando-se para Hórus - Achamos a substituta para Tiliel, finalmente! - Termina fazendo os companheiros rir. Tiliel era um elfo que teve sua vila queimada por orcs e com ajuda de Lucious e os Radical Dreamers, ele foi salvo ainda criança com mais alguns conterrâneos. Fato esse que os tornou amigos de infância. E por isso era tão importante que ele não soubesse para onde Killua pretendia ir.

A cadeira em que Alicia sobe mal balança tamanha sua agilidade, já o anão, por outro lado, não parece ter o mesmo equilíbrio e tomba na cadeira. Batendo palmas e próximo disso, Killua coloca seu pé no pé da cadeira de Alicia, para segurar, mesmo sentindo movimento nenhum feito pela cadeira com a menina em cima. Quando ela for descer, lhe oferece a mão. Presta atenção no anão também, caso precise algum cuidado.
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MensagemAssunto: Re: A canção da Morte    A canção da Morte  - Página 3 Icon_minitimeTer Abr 28, 2020 12:42 am

Aquela era uma noite mágica, e Pedra do Trovão se lembraria, para sempre, de quando se tornou a Cidade da Canção, ao menos no coração de quem vivenciara aquilo.

Tárihir fez com que memórias fossem trazidas às mentes de cada um ali presente. Todos, sem exceção, em algum momento daquelas canções lembraram de momentos onde suas emoções afloraram, e ali, tal qual um espinho, havia sido cravada uma marca na alma que nunca mais seria retirada.

Os bardos inspirados por toda aquela aura de magia e arte, começaram a se envolver na apresentação, era impossível evitar que eles calassem as cordas, tambores e todo o tipo de instrumentos, vozes e danças eram intimados a se manifestarem naquele sarau improvisado, até mesmo Akemi trouxe seu talento com o tambor de Taiko. Jardim Vermelho florescia, a arte vigorava em cada mesa, e tal qual um carvalho, a Tielfiling reinava majestosa fosse no palco ou em meio ao salão com seus novos amigos, a diaba, a Dama dos Nove Infernos era aclamada como a Deusa da Arte, e talvez a própria Sune estivesse ali.

Aqueles que entravam na taverna durante a noite, não acreditavam no que viam, absortos na magia produzida pelos bardos eles apenas ficavam em pé nos primeiros minutos, para se libertarem apenas nos intervalos das canções e buscarem suas mesas. A taverna lotou, e o grupo de aventureiros notou os dois dragões púrpuras conhecidos durante o dia acompanhados de alguns amigos na taverna, um meio-elfo e humanos de diversas etnias se espalhavam pelo salão e camarotes. As jovens estavam realmente tendo trabalho para dar conta do serviço aquela noite, mas se divertiam e sorriam maliciosamente.

Quando a apresentação chega ao fim, o barulho das palmas soa tão alto quanto o estrondo de três trovões enquanto a beleza da Dama dos Nove Infernos é literalmente coroada pela Lua cheia, que no alto de uma janela do segundo andar, exatamente acima do palco, parecia observar e abençoar o show daqueles bardos.



Após alguns minutos com os ânimos mais refeitos, o meio elfo se aproxima da grande mesa central e se apresenta para Oro Bar, falando baixo e próximo a Angus e o mercador, para ser mais discreto, o meio elfo se abaixa no nível das cadeiras, a fim de não chamar atenção para o diálogo.

- Uma belíssima noite essa que tive o prazer de apreciar. Sou Eldir Olotári, a vosso dispor!

- Ah, que prazer meu jovem! Não o havia visto aqui, alias, seria impossível olhar para outro lugar se não para a Dama.

Os dois gargalham e apertam as mãos.

- O senhor, deve ser mestre Angus. Um prazer conhecer tão renomado artista!

Um sorriso sincero e cativante se abre a vista de Angus, a voz leve e melodiosa demonstra a jovialidade daqueles que compreenderam a beleza das duas raças em um só ser.

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Apresentação de Taiko !





Última edição por Graal em Ter Abr 28, 2020 3:56 pm, editado 1 vez(es)
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Akemi Amouteru

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MensagemAssunto: Re: A canção da Morte    A canção da Morte  - Página 3 Icon_minitimeTer Abr 28, 2020 3:55 pm

Após a gentileza de Scorn, Akemi com um pequeno sorriso aperta ligeiramente sua mão em forma de agradecimento, se retira em direção aos quartos e depois de pouco tempo volta trazendo seu tambor Taiko, um instrumento imenso e poderoso. Logo põe-se a tocar, uma melodia animada e revigorante, fazendo com que os corações batam ao ritmo de seus bastões.

Não era uma apresentação como no mosteiro, onde os vários tambores faziam as paredes do local tremer, mas mesmo assim era possível sentir a energia que emanava da melodia.

Akemi esquecera suas preocupações, entregando-se de corpo e alma ao que estava fazendo, com um sorriso amplo e olhos verdes reluzentes.
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Angus Einsenhardt

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MensagemAssunto: Re: A canção da Morte    A canção da Morte  - Página 3 Icon_minitimeTer Abr 28, 2020 5:10 pm

O chão é denso, porém não mais que minha força para me reerguer. Já tomei tombos maiores.
Me erguendo com os olhos cabisbaixos, estapeio minhas roupas, proferindo maldições na língua antiga das montanhas. Acontece...
Alícia é jovem e, francamente, não a culpo. Vivi tempo suficiente para ver desastres terríveis e é bom ver espíritos jovens cheios de energia. Sinto que as vezes sua euforia pode causar problemas. Ela é uma boa criança estabanada, mas gentil e bondosa, ao menos até o momento. Ela não percebeu minha queda. Isso é bom.

Assim que arrumado e volto a tomar noção dos meu arredores percebo um jovem, polido como diamante, esticando sua mão para ajudar Alícia a descer da cadeira enquanto celebra a apresentação de sua amiga do sangue infernal. Não consigo conter o ranger dos dentes. Ela não percebeu meu tombo.
Nobres! Seres com tantos instrumentos, conhecimentos e capacidades, no entanto, com mãos lisas e bem tratadas. Lembro de meu pai dizendo, décadas atrás:

Você encontrará em sua vida pessoas que são escudos de enfeite. São belos e majestosos, porém preferiram deixam de proteger alguém para permanecerem impecáveis. Um bom escudo é o que se parte para salvar alguém e não alguém que se parte para limpa-lo.


Ergo então a cadeira de madeira. Ela parece inteira. Ótimo! Menos um gasto. Vamos para a próxima cerveja!

A sensação foi como se o tempo congelasse por um instante ao ouvir a conversa ao lado.

"Eu sou Eldir Olotári." Diz o homem elegante próximo a mim, me viro no instante que ele me cumprimenta.
Os eventos que me trouxeram aqui são singulares. Esse é o homem. Chegada à hora da prova.

- Eu sou um Einenhardt, meu jovem. Preciso se bom no que faço. - Digo, enquanto pego o sacão de estopa esfarrapado, com alguns remendos feitos por mim mesmo. Com orgulho de mil anões, coloco sobre a cadeira que estava sentado, com a abertura para cima, por onde um vislumbre metálico radiante escapa o valor do meu trabalho - E por falar nisso, aqui está o seu pedido. É um dia de festa e seu presente está pronto.

Não vou mentir que é estranho. Por que teria um anão velho, carregando uma encomenda em uma taverna comemorando com seus alunos? Essa é uma pergunta tão difícil de responder quanto é para tentar conter um sorriso largo por trás da cortina que meu bigode faz.
O trabalho está no ponto de arte. Foi feito com excelência anã. Foi feito com sangue anão e honestamente, não vejo melhor forma de fazer o meu trabalho que assim.
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Alícia_

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MensagemAssunto: Re: A canção da Morte    A canção da Morte  - Página 3 Icon_minitimeTer Abr 28, 2020 5:58 pm

Alícia estava tão compenetrada na apresentação, que só percebera o rapaz do balcão ao lado dela quando o mesmo lhe estendera a mão. Instantaneamente seu rosto alegre se transforma em uma cara brava e de poucos amigos.

- HA, eu não preciso da sua ajuda, Lorde Coisinha!!! - ela fala debochadamente.

Ela não havia falado nada na hora para não dar na cara, mas percebeu que sua amiga Akemi se afastara do balcão com um olhar triste e envergonhado. Alícia não entendia muito destas coisas, mas tudo isso somado ao fato de ele ser um Lorde, já era motivo suficiente para Alicia desgostar daquele homem.

Ela salta no chão, endireitando o cabelo.

- Vocês da nobreza se acham! Acham que controlam tudo, né? Mas não ligam pra ninguém!

Ela rapidamente se serve de uma bandeja de comida, encarando Corvinus em olhar de desafio. Toma um gole do hidromel, faz uma cara de nojo e coloca a caneca de volta na mesa.

- Éca, coisa ruim.

E então ela vira as costas, fazendo ainda um "hmpf". Ia dizer até logo ao anão, mas ele parecia ocupado conversando com o meio-elfo.

Ela fica procurando o gatinho e caminha procurando Akemi. Até perceber que ela estava tocando também. Mas ela viu que Akemi estava sentada com Scorn, e suas xicaras estavam ali. Então ela segue até aquela mesa, depositando a comida ali.

- Chegou a janta!!

Então ela senta, serve o gato de guisado em um pratinho e começa a comer também enquanto ouvia a amiga tocar aquele instrumento impactante.
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MensagemAssunto: Re: A canção da Morte    A canção da Morte  - Página 3 Icon_minitimeTer Abr 28, 2020 10:21 pm

Os sorrisos cessam quando Alícia desafia o lorde na frente de toda a taverna. A comitiva dos Corvinnus olha para a ladina com surpresa e revolta. Como alguém ousaria fazer aquilo, logo com Killua?

Hórus leva a taça a boca tranquilamente, mas balança a cabeça negativamente e os demais membros só não erguem-se e partem em direção à garota pois o Killua faz um meneio displicente de cabeça.

Na outra extremidade do arco de cadeiras, Eldir, Oro Bar e Angus pausam a conversa e o gnomo comenta baixo:

- Menina corajosa, mas... alvo errado.

E é completado pelo novo cavaleiro.

- Pelo que ouço dessa dupla de irmãos, e pelo que vi aqui hoje, nem sempre a ganância acompanha aqueles que fazem do jogo das moedas a sua arte.
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Killua Corvinus

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MensagemAssunto: A menina que não sabia se equilibrar   A canção da Morte  - Página 3 Icon_minitimeQua Abr 29, 2020 12:20 am

Era um momento lindo dentro da Jardim Vermelho. Era possível ver como todos os presentes estavam envolvidos com a apresentação e com a mensagem qual ela passava. União e ausência de distinções entre as pessoas de uma nação. Era um assunto que muitos poderiam falar, mas poucos entenderiam o significado de tal senso como Killua Corvinus. Era por isso que o jovem se tomava de revolta inicialmente, mas a incrível performance daquela mulher que instiga tantas reações diferentes, havia retirado o peso de seu peito. O peso das consequências de uma boa intenção.

Contudo, por algum motivo, Alicia achava que deveria devolver tal peso ao peito do nobre.

Killua sorria placidamente enquanto a oferecia a mão para descer da cadeira, sorriso que não mudou ao que a menina nega sua ajuda, ele apenas a olha descer com destreza de sobra, como já imaginava que ela conseguia fazer, volta a atenção para o palco onde as apresentações pareciam continuar, porém a menina achou que deveria falar algumas palavras para o irmão mais novo dos Corvinus.

Os olhos de Killua se voltam para Alicia, ele vira o corpo, parando de frente para a jovem e sua expressão se torna neutra, seus olhos cintilam em atenção às palavras que era proferidas e, apesar de não ter sentido para o jovem, pareciam fazer muito sentido para a menina que pegava comida na mesa. No momento que a comitiva, que estava toda sentada à mesa e sem entender o que acontecia, movem-se para se levantar, o nobre apenas gesticula com uma mão, em menção para que não se envolvessem.

Enquanto ela se servia de hidromel, o Corvinus se curva, baixando de seus quase 2 metros de altura, para a altura dos olhos de Alicia. - Alicia, não é seu nome? - Ele fala com sincera preocupação no olhar - eu não sei o quanto tu deve ter sofrido, ou visto o sofrimento de outros, na tua vida por causa de nobres… e quanto a isso eu lamento que tenha tido que passar por tal situação. - Para por um segundo olhando diretamente para a garota.

Então, quando ela se sente satisfeita com a quantia de comida que pegou da mesa, passa para a caneca de hidromel e a taverna parecia aos poucos parar com a alegria do momento e acompanhar o que acontecia ali. O nobre continua a falar quando ela solta a caneca - Mas acho que é de conhecimento geral que não é sábio negar a quem nos estende a mão em ajuda sem esperar nada em troca… seja ele plebeu, camponês, cortesão ou nobre.

O sorriso largo volta ao rosto do jovem - Pegou tudo o que queria? Você anda passando fome? Eu posso lhe ajudar com isso… - O Corvinus se ergue novamente e olha para todos os que prestavam atenção no que acontecia - Tem alguém aqui essa noite que está passando fome? Alguém que se alimentou apenas uma vez desde o sol nasceu? - Fala em tom que outros pudessem ouvir também - Se sim, por favor! Sirvam-se à nossa mesa! Hoje à noite ninguém vai para casa com o estômago vazio!

Quando Killua volta a olhar para Alicia, ela já estava na mesa em que se encontrava Scorn. Seu sorriso se mantêm no rosto, mas seus olhos cerram-se brevemente “Como essa menina ainda anda à solta com essa atitude?”, pensa divertido. Termina voltando para aqueles que ainda tem sua atenção voltada para o nobre - Por favor! A diversão e arte não podem parar por um motivo como esse! A noite continua linda! - Termina erguendo sua caneca no ar, em um brinde.

A comitiva já se organizava para ajudar com todos que fossem se servir na mesa dos Nobres. Alguns dos músicos já estava em pé para melhor servir a bebida e entregar os pratos. Aquilo era algo nada incomum para os itinerantes dos sonhos em companhia de seus lordes e prontamente todos se voluntariaram para cumprir alguma função na tarefa criada por Killua. Ele que agora se dirigia até o balcão para falar com Anete, desculpando-se pela bagunça, mas era uma opção melhor do a costumeira: chamar a guarda e prender a delinquente.
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Scorn

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MensagemAssunto: Re: A canção da Morte    A canção da Morte  - Página 3 Icon_minitimeQua Abr 29, 2020 7:46 am

Scorn seguiu Akemi se afastar com os olhos. Teria oferecido um lenço, mas não era um dos truques que tinha na manga. Aquilo, é claro, lhe dava algumas ideias. Sorriu e riu pra si próprio visualizando o cenário em sua mente. Parou apenas ao ouvir uma comoção vinda de outra mesa. Se virou.

Alicia estava em pé em uma cadeira, enquanto um anão se levantava do chão, e Lorde Corvinus estendia uma mão para a garota. Olhou para Locke, sentado tranquilamente sob a cadeira da humana com um olhar de satisfação e o que parecia um sorriso pilantra. Levou alguns instantes para que o Tiefling focasse na discussão. A garota parecia irritada e, por mais que Killua parecesse calmo, e respondendo com cortesia, ela parecia nem ouvir.

Observou, achando divertido quando ela praticamente assaltou a mesa dos nobres e se afastou. Em sua direção. O gato vinha satisfeito atrás de Alicia. Olhou para a mesa dos nobres, parando de brincar com a moeda de cobre e repousando a mão em seu baralho de cartas. Killua gesticulou para que seus homens se acalmassem, antes de fazer um discurso sobre fome e para que todos se servissem. Ergueu uma sobrancelha tentando ver se o gesto se limitava apenas a politicagem, ou se havia alguma real preocupação com o bem estar dos plebeus. Deu de ombros, e se voltou para a garota que se sentava à sua mesa. A mão ainda repousava sobre seu baralho.

-Devo aplaudir a sua apresentação, ou posso apenas me servir? - Disse em tom de brincadeira e um sorriso em um canto dos lábios - E vejo que fez um amigo!

Disse olhando para o gato pulando em cima da mesa e devorando o guisado. Locke não precisava realmente de comida, sendo a manifestação de um espirito, mas isso não o impedia de tirar todo proveito que podia quando se encontrava em sua forma física.

"Pilantra..." - Disse mentalmente à seu familiar

O gato deu um miado longo e gutural na direção do Tiefling, podendo ser facilmente confundido com um arroto e voltou a comer. Scorn aproveitou a situação, repousou suas cartas sobre a mesa. O baralho era negro, com alguns detalhes em vermelhos, e parecia antigo.

-Me passe o pão, por favor?

Olhou por cima do ombro, se certificando que nenhum nobre raivoso caminhava na direção da mesa. Mal havia notado Akemi chegar com o imenso tambor. Já vira algo parecido em algum navio atracado no porto. Não se lembrava e onde viera, mas os tripulantes tinham traços similares ao da garota. Mordeu o pão, e pegou uma linguiça do prato que Alicia havia roubado. Olhou para o umbral acima do palco. O corvo já não estava mais lá. Ergueu uma sobrancelha e deu de ombros. Aquela taverna ainda revelaria seus segredos.
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Alícia_

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MensagemAssunto: Re: A canção da Morte    A canção da Morte  - Página 3 Icon_minitimeQui Abr 30, 2020 9:51 pm

- Fica a vontade moço, só deixa um pouquinho pras meninas, hehe. Ah, o gatinho... Achei que era de um amigo que conheci hoje, mas o cara sumiu e o gato ta aí. Ele é meio sinistro né? Mas até que é fofinho. E você, como se chama mesmo???

Algo no olhar de Alícia havia mudado. Ainda aproveitava a festa e dividia a refeição com satisfação, mas ela parecia mais séria. Havia se irritado naquele dia. Lorde Olothar, os Corvinus...

Ela entrega um pão para Scorn e o outro ela come parecendo estar com raiva, com os pensamentos distantes.

"Pff... Esses nobres... Não sabem nem o que tá acontecendo direito e querem que os mercenários resolvam..." Ela pensava enquanto lembrava das palavras de Lady Morgana... A conversa pouco produtiva com Olothar, que parecia estar mais perdido que anão em baile élfico. Seu pedido de ajuda... E os Corvinus, fazendo o que na taverna? Qual era o interesse deles? Esses pensamentos começam a borbulhar dentro da sua cabeça.

- Bom, quer saber, acho que eu vou tomar um ar. Já volto aí tá legal maninho.

Alícia se levanta sem muito alarde e vai em direção a porta.
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Scorn

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MensagemAssunto: Re: A canção da Morte    A canção da Morte  - Página 3 Icon_minitimeSex maio 01, 2020 10:51 pm

-Não se preocupe, eu basicamente já comi, aquelas queria algo mais... Mastigável... - Sorriu antes de morder um pedaço de linguiça e engolir quase sem mastigar - Sim, ele é fofinho, mas um pouco mal educado... E pode me chamar de Scorn!

O tiefling observou a garota enquanto comia. A mudança no humor dela era quase palpável, mas ele não tinha certeza se deveria, ou se adiantaria se intrometer.

Repousou o baralho sobre a mesa e brincou um pouco com a moeda entre os dedos, pensando em oferece-la à Alicia, pelos pensamentos, ou algo assim. Mas ela acabara de se levantar e dizer que ia tomar um ar. Guardou a moeda.

-Tudo bem... Se precisar, dê um grito!

O gato olhou Alicia se afastar e voltou a se ocupar com o prato a sua frente até ouvir Scorn limpando a garganta. Locke olhou na direção do tiefling, contrariado, e soltou um longo e grave miado de protesto antes de pular da mesa e seguir a humana.
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Akemi Amouteru

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MensagemAssunto: Re: A canção da Morte    A canção da Morte  - Página 3 Icon_minitimeSex maio 01, 2020 11:29 pm

Voltando para a mesa que ocupava com Scorn, seu sorriso ilumina seu rosto vermelho de felicidade.
Sente-se ao lado de Alicia e pergunta:

-Nossa! De onde veio toda essa comida?

Se servindo de um pequeno pedaço de pão que molha no caldo do guisado.
Olha para o gato estranho se banqueteano em uma travessa e sorri: colocando mais pedaços de carne para ele.
Tinha deixado seu Taiko perto do palco, quando fosse para o quarto o levaria.
Observa as cartas de Scorn na mesa, as acha muito interessantes, quais outros truques ele teria?
Chamando atenção dele, mostra suas mangas vazias, depois faz ver os elaborados e tira uma caixa de bamboo, dentro em um leito de folhas verdes, pequenos Mochi de arroz e salmão quentinhos e cheirosos.
Ela oferece rindo.
-
Ainda não é o truque do barco, mas acho esse mais saboroso.

-Alicia você quer um?

Vendo a cara da menina fechar e resmungar sobre nobres e afins, afaga sua mão e lhe dá um bolinho.
Quando ela fala de sair para esfriar a cabeça apenas pede que tome cuidado.
Akemi acompanhá com o olhar ela deixar o salão.
Vendo que Scorn manda o gato segui -la fica mais tranquila.

-Espero que ela não se meta em encrenca...


PS:Akemi não estava no salão quando Alicia discutiu com Killua e nem ouviu seu pronunciamento sobre distribuir a comida com todos.
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Tárihir

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MensagemAssunto: Re: A canção da Morte    A canção da Morte  - Página 3 Icon_minitimeSáb maio 02, 2020 7:50 pm

Tárihir conversava com Jacob sobre a apresentação, ambos estavam felizes, pois a noite havia superado suas expectativas. Elogiavam um ao outro, quando a tiefling escuta Alícia iniciar sua mais recente confusão. A pequena humana havia enfrentado o Lorde Corvinus na frente de todo o salão. Apesar de admirar a coragem da amiga, já havia percebido que a língua de Alícia era incontrolável e não cabia na boca fechada. Isso fazia dela autêntica, mas pouco diplomática. Talvez, com o tempo, a humana se desse conta de que problemas se evitam e resolvem com lábia e, às vezes, mentiras nos levam mais longe do que verdades.

A barda ouve o discurso de Killua e se aproxima da mesa, o aplaudindo com um sorriso dissimulado no rosto. Parada diante dele, pega uma caneca sobre a mesa, serve-se de hidromel, e dá um gole.

_ Bravo, milorde! É como dizem: se há fartura, construa mesas maiores e não muros mais altos.

Olhando ao redor, observa os companheiros de Killua. Um em especial lhe chamara atenção e se destacaria mesmo em meio à multidão, Hórus. Lembrava de tê-lo visto mais cedo, antes de sua apresentação, mas não sabia quem era. Pela postura e companhia, presumia que não era um homem simples.

_ Diga-me, Killua, o que fazem os lordes quando não estão bancando refeições para o povo?
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Angus Einsenhardt

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MensagemAssunto: Re: A canção da Morte    A canção da Morte  - Página 3 Icon_minitimeSáb maio 02, 2020 11:14 pm


Por Moradin, as coisas esquentaram mesmo por aqui - Deixo escapar um pensamento diante da confusão.

Alícia, Tahirir, até outras pessoas ao redor, eu as entendo. Entendo que há pessoas que são de fato escudo trincados e essas rachaduras o fazem pensar do porquê o jovem de cabelos pálidos ser tão "polido". Eu sinto essa amargura, esse desgoto...

É um gosto amargo, porém isso não tem a ver com o jovem.

Eu já fui um nobre. Porque estou com essa repulsa sem sentido? Moradin, guie-me por favor.

Com um suspirar intenso e pesado, atraindo a razão novamente, estalo os dedos nervosamente, forçando-me a pensar.
O escudo, seu anão burro! O escudo para Eldir!! Me viro até o meio elfo, proprietário da minha crianção. Puxando o saco de estopa esfarrapado e velho do assento que se encontrava, o levanto e volto ao mesmo lugar, apenas para fazer o barulho do impacto, chamando atenção.

- Eldir, certo?! - Questiono o tão conhecido Olothar. - O senhor gostaria de conferir o trabalho aqui ou em algum lugar menos... Agitado?

É difícil não demonstrar desconforto.
Moradin me guiou para que eu criasse, moldasse, consertasse. As pessoas que encontrei hoje, todas tem suas trincas, brechas e rachaduras.
Fui contratado como ferreiro, porém não poder ajudar muitas delas, como o julgamento prévio do jovem Corvinus, dos preconceitos daqueles de sangue infernal, dos fantasmas que assombram a pequena Alicia.

Fui bem sucedido, mas então porque sinto este pungente gosto amargo da falha?
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MensagemAssunto: Re: A canção da Morte    A canção da Morte  - Página 3 Icon_minitimeDom maio 03, 2020 12:05 am

Um grande viva ecoa pelas paredes da Jardim Vermelho, quais surpresas aquela noite ainda reservava?

As pessoas vão se aglomerando, e os artistas e vendedores Corvinus ajudavam as taverneiras a servir a comida, aquele banquente de arte e comida poderia ser comparado à um culto de Sharess, o clima hedonista centrado em Tarihir e Killua havia quase que eliminado o despeito de Alícia à burguesia presente.

Durante algum tempo mais histórias são compartilhadas, as aventuras na comitiva daqueles lordes errantes tornaram-se o foco, e pouco tempo depois os dois irmãos eram considerados heróis e mais vivas eram entoados em honra aos "lordes do povo".

Killua, aproveitando a diversão e a boa conversa aproveitava para passar o olhar entre os presentes e vê Alícia saindo, o trio Oro Bar-Angus-Eldir negociando, Scorn e Akemi conversando de maneira íntima, com Tárihir a sua frente provocando-o à respeito de suas ações, porém enquanto a ouve, percebe algo estranho, a taverna parecia aumentar de tamanho, o teto ficava cada vez mais distante e parecia que uma escuridão crescia vertiginosamente quando ele sente uma mão firme o segurar. Era Tiliel ao seu lado, puxando-o de volta de uma repentina vertigem que sofrera, o olhar preocupado mas discreto sustenta-se por um longo segundo mas ao ver, seu lorde e amigo novamente bem apenas o solta delicadamente, dando um tapinha nas costas e indo em direção a Hórus comentar algo com ele.

Apenas Tárihir e Akemi percebem que o jovem tivera um repentino mal estar.

O gato seguia Alícia, mas Scorn percebe que ele passa pelo grupo estranho anão-meio elfo-gnomo, e antes de continuar seu caminho, passa pelas pernas do mestiço roçando nele de maneira lânguida e preguiçosa, arrancando risadas do grupo, antes de seguir seu caminho.
A canção da Morte  - Página 3 Eldir10

- Hahaha que criatura charmosa, gatos são admiráveis por sua independência e sagacidade!

Em resposta a Angus o meio-elfo apenas diz enquanto se ajoelha, mas o gato já estava longe, seu objetivo era espiar dentro do saco.

- Nooossa! Eles parecem lindos!!! Já achou o dono do segundo?  
A voz de Eldir era cheia de uma curiosidade real, e seus olhos brilhavam. Enquanto isso Oro Bar não parecia entender a pergunta, não tinha sido informado sobre aquilo, e se resigna a observar a cena.

Alícia vai passando por todos, provavelmente ela é a única naquele local que não está sorrindo mas apesar de ter os pensamentos perdidos na discussão que acabara de ter, ela com certeza não deixa de observar as pessoas ao redor e vê (assim como o gato atrás dela) os dois dragões Púrpuras que havia reconhecido durante a tarde, Morgan, o charmoso jogador de cartas e Carlon, o adversário de Akemi, sentados em uma mesa perto da porta, era o único local na taverna, onde as pessoas tomavam cuidado para incomodarem quem ali se encontrava, mas apesar disso, pareciam estar contaminados com o clima geral de felicidade.

Uma brisa gelada soprava vindo da porta de Jardim Vermelho.



-Jardim Invernal” Uma voz aguda acima da cacofonia se destacou, e tal qual seu significado, mais uma vez as coisas pareciam gelar um pouco, mas nem mesmo aquele nome tinha o poder de destituir o ânimo das pessoas, daquela vez Meriadoc teria uma platéia leve, e talvez por isso mesmo ele deveria caprichar. Apesar de não ser a primeira e nem a última vez, ele sentia que dessa vez, tudo era diferente, tremia, com tantos bardos ali, ele tinha que ser perfeito.
A canção da Morte  - Página 3 9f4f4810


-Muitos nessa noite onde as chamas nos tocaram até mesmo no vazio de nossas pobres almas, onde o vazio de nossos estômagos também foram preenchidos - faz uma mesura exagerada e anedótica aos Corvinus - não conhecem o verdadeiro nome dessa humilde e lendária pocilga, Jardim Invernal !

Enquanto o halfiling falava, a voz ia se modulando, chegando numa crescente enquanto ele pulava nas cadeiras ou no colo de outros bardos, até chegar ao alto do corrimão da escada. Se Tárihir tinha o dom de encantar com sua voz e beleza, aquele pequenino fazia com que os olhares o seguissem, e prendesse a todos com seus gestos amplos, mesmo com as diminutas mãos.

- Mesmo no inverno, a taverna era rodeada por um jardim tão magnífico, de cores tão vivas que até o Rei Azoun IV teria inveja! Calêndulas, cinerárias, ciclames, margaridas, éricas, orquídeas, heléboros e tantas outras flores, não perdiam seu vigor, era primavera sempre! Mas se há algo onde mortais e imortais são semelhantes, é na inveja, uma beleza tão fulgurosa um dia haveria de ruir...

Ele parava para beber uma taça de vinho e causas suspense na platéia, e logo continua.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHH um grito apavorado cortou aquela manhã gelada de festival, e a taverna inteira acordou! Preocupados, os hóspedes saíram de seus quartos em busca do grito misterioso, um choro assustado fazia com que fosse fácil localizar sua origem. Do lado de fora, a dona da estalagem estava em prantos olhando para o andar superior acima do portal de entrada, ao lado dela o taverneiro, um homem conhecido por suas bravatas heroicas, olhava, estático e aterrorizado.

Após uma incursão noturna, goblins escalaram as paredes e no meio da madrugada adentraram o quarto de um grupo que havia pernoitado ali, eliminaram seus inimigos em silêncio, não houve briga, não houve barulho, nada. Apenas pela manhã, moradores e hóspedes testemunharam seu feito: O jardim outrora o brilho e orgulho de toda Pedra do Trovão amanhecera rubro de sangue, corpos degolados jaziam sobre ele, e a parede que descia da janela estava manchada de sangue coagulado. Já não eram mais abelhas, rouxinóis e beija-flores, mas moscas e vespas a rodear e infestar o maculado jardim. Por muito tempo os donos, tentaram resistir à alcunha, mas cansaram-se de corrigir quem por ali passasse, e assim, forçosamente, todos passaram a chamar-lhe de...


As pessoas inconscientes, apenas completaram como se fossem marionetes, sendo em alta voz ou em seu íntimo, mas a mágica havia funcionado, elas diziam: Jardim Vermelho

Meriadoc, deixara o vinho escorrer, propositadamente, pelos cantos dos lábios, manchando a própria blusa antes de um branco neve, para um tom sanguinolento, próprio à lenda urbana que ele contava. E sem, nem mesmo ele esperar, como efeito bônus, o gato estranho, agora aos pés da ladina, solta um miado rouco, que diante do silêncio, ecoou pela taverna, fazendo com que um arrepio geral corresse pela espinha do público e todos, olhassem diretamente para a figura em pé abaixo do pórtico de entrada: Alícia.
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MensagemAssunto: Re: A canção da Morte    A canção da Morte  - Página 3 Icon_minitimeDom maio 03, 2020 6:30 am

Alícia caminhava devagar em direção a porta. Sentia o clima ruim que havia gerado rapidamente se desfez dando lugar novamente a festa e celebração. Todos atentos ao bardo, assim era bom, ninguém a notaria saindo.

Ela gostava de histórias assustadoras, mas o sentimento ruim ainda estava dentro dela. Pequenas atitudes ocorridas que a embrulhavam o estômago lembrando de cenas não muito boas do seu passado. Então seu mau humor não a deixava se envolver na história contada pelo bardo. Flores no inverno? Goblins silenciosos? Alícia duvidava.

De braços cruzados, ela observava a mesa dos dragões púrpura. Controla sua vontade de chegar ali e falar poucas e boas. Chega de confusão por hoje... Estava chateada pois, incontrolavelmente, ela sempre demonstrava sua inabilidade em adaptar-se. Havia conhecido pessoas muito boas naquele dia, Akemi certamente era alguém muito especial para ela. Akemi a entendia de forma que os outros não podiam. Mas, cedo ou tarde, o coração revoltado de Alícia sempre falava mais alto.

Pensando em todas estas coisas e receosa pelo que acontecia na cidade envolvendo todos aqueles lordes, Alícia arregala os olhos com o miado do gato, olhando para baixo.

O seu coração aperta, todos olhavam para ela. Mas não como quando ela mesma chamava a atenção para si. A olhavam num momento em que ela não queria ser vista. Sente suas mãos formigarem, olhando para o gato zangada.

- Traiçoeiro, achei que éramos amigos. - Ela fala baixinho para o gato, xingando-o.

O rosto de Alícia fica totalmente vermelho. Um misto de sentimentos toma conta dela. Era inevitável lembrar de quando invadira a mansão daquele Lorde... Aquele Lorde... Lembrar do gato que a condenou a algumas noites em uma cela. Agora todos a olhavam, a garota sem modos, a garota que debochava dos queridos Lordes.

Suas mãos fecham e ela bate o pé no chão de raiva, saindo pela porta e fechando antes que o gato pudesse segui-la
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MensagemAssunto: Re: A canção da Morte    A canção da Morte  - Página 3 Icon_minitime

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